Crônica do nosso tempo; a vida não é virtual
O comum, nessa desembocadura do calendário, é nos apegarmos a um inventário formal ou informal. Na vida contábil intitula-se “fazer balanço”. Como pessoa natural, não importa a expressão em evidência que utilizemos. O exercício anual de perdas e ganhos copia a relação de ativos e passivos da figura jurídica.
Há sempre perdas e ganhos. Eis uma verdade incontestável.
A leitura fria que fazemos de cada fato, está centrada no impacto instantâneo que ele provoca em nós. Respeito as oferendas ao mar, não tenho por que desdenhar das simpatias e crendices que fixam o homem na terra, de olhos focados nos céus. Todos os gestos exaltam a mesma fé, pelos labirintos que podem nos levar a Ele.
Creio, entretanto, que é fundamental nesse levantamento um mergulho no ‘eu’, com a frieza de uma pergunta: o que fiz de melhor ao meu tempo?
Numa época em que os valores primários estão cada dia mais esgarçados, se volatizando entre nossos dedos, ficamos em dúvida ou mesmo tentados à ruptura. Vale o vale-tudo? Que modelo de felicidade estou construindo? O ter continuará sendo o motivo do ser, numa convivência planetária de tantas contradições e injustiças?
Em entrevista a determinada emissora de rádio, ladeio e ouço atentamente um amigo falando sobre administração pública. Em certo momento, ele vai ao paroxismo da didática. Exuma a essência universal que se encontra do budismo ao cristianismo: “Não faça a outrem o que não queres que façam a ti”. Simples.
Se na pragmática relação de números e contas da gestão estatal, a pregação tem tamanho peso, ela deveria ser mais simplificada e usual entre homens e homens, gente e gente. Mas não é assim que acontece.
O que fiz de melhor ao meu tempo em 2006? Pergunto-me secamente nessas horas que antecedem à ‘virada do ano’.
Espalhado no universo da Internet, essa infovia sem limites e tão impactante como um big-bang celestial, vejo-me recomeçando. A gênese é a vontade de viver, acrescentar, de oferecer uma contribuição que não represente apenas um passatempo pessoal ou ofício de suposta inspiração intelectual. Estou novamente no jogo. Na área. Era o mínimo que precisava. Agora é comigo.
De novo borbulha a vida. Não me perco nos escaninhos do desconhecido porque me reencontro fazendo o que me destinei a realizar há mais de 20 anos. Não tenho a veleidade de mitificar a labuta, de esperar dela a fortuna pecuniária ou o reconhecimento universal. Está em paz com a consciência, é a bússola que preciso para continuar renascendo a cada dia e descobrindo que ao contrário do que se proclama, não vivemos num mundo virtual.
O comum, nessa desembocadura do calendário, é nos apegarmos a um inventário formal ou informal. Na vida contábil intitula-se “fazer balanço”. Como pessoa natural, não importa a expressão em evidência que utilizemos. O exercício anual de perdas e ganhos copia a relação de ativos e passivos da figura jurídica.
Há sempre perdas e ganhos. Eis uma verdade incontestável.
A leitura fria que fazemos de cada fato, está centrada no impacto instantâneo que ele provoca em nós. Respeito as oferendas ao mar, não tenho por que desdenhar das simpatias e crendices que fixam o homem na terra, de olhos focados nos céus. Todos os gestos exaltam a mesma fé, pelos labirintos que podem nos levar a Ele.
Creio, entretanto, que é fundamental nesse levantamento um mergulho no ‘eu’, com a frieza de uma pergunta: o que fiz de melhor ao meu tempo?
Numa época em que os valores primários estão cada dia mais esgarçados, se volatizando entre nossos dedos, ficamos em dúvida ou mesmo tentados à ruptura. Vale o vale-tudo? Que modelo de felicidade estou construindo? O ter continuará sendo o motivo do ser, numa convivência planetária de tantas contradições e injustiças?
Em entrevista a determinada emissora de rádio, ladeio e ouço atentamente um amigo falando sobre administração pública. Em certo momento, ele vai ao paroxismo da didática. Exuma a essência universal que se encontra do budismo ao cristianismo: “Não faça a outrem o que não queres que façam a ti”. Simples.
Se na pragmática relação de números e contas da gestão estatal, a pregação tem tamanho peso, ela deveria ser mais simplificada e usual entre homens e homens, gente e gente. Mas não é assim que acontece.
O que fiz de melhor ao meu tempo em 2006? Pergunto-me secamente nessas horas que antecedem à ‘virada do ano’.
Espalhado no universo da Internet, essa infovia sem limites e tão impactante como um big-bang celestial, vejo-me recomeçando. A gênese é a vontade de viver, acrescentar, de oferecer uma contribuição que não represente apenas um passatempo pessoal ou ofício de suposta inspiração intelectual. Estou novamente no jogo. Na área. Era o mínimo que precisava. Agora é comigo.
De novo borbulha a vida. Não me perco nos escaninhos do desconhecido porque me reencontro fazendo o que me destinei a realizar há mais de 20 anos. Não tenho a veleidade de mitificar a labuta, de esperar dela a fortuna pecuniária ou o reconhecimento universal. Está em paz com a consciência, é a bússola que preciso para continuar renascendo a cada dia e descobrindo que ao contrário do que se proclama, não vivemos num mundo virtual.
Foi através do Blog, da Internet, que a interação solidificou uma imensa relação entre jornalista e webleitores, muitos dos quais transformados em amigos. O melhor que levo para o amanhã é isso. Aí do outro lado e também diante de um visor encandecente de computador, a alta tecnologia que turva a vista, não conseguiu embaçar a fraternidade nem oprimir a existência. Somos gente, máquinas não. Há humanidade aqui.
Feliz 2007, meu webleitor de carne e osso.