quinta-feira, setembro 07, 2006

COLUNA DO HERZOG (Primeira Edição)

Ave, Dalvinha!

Menino ainda, em calças curtas, fui contemporâneo de um de seus filhos no Educandário Dom Bosco. “Kiko” era seu apelido. Um craque de futebol. Eu, magricela e perna de pau. A escola de gente da professora Dagmar Filgueira, nome vocacionado à pedagogia, foi-nos fecundo ambiente sócio-pedagógico, com prazo de validade “sine die”.

Passados tantos anos, ante a notícia da morte de Dalvinha Rosado, ontem em Mossoró, resgato filme de um tempo remoto, onde meu olhar ainda sem a percepção própria da experiência, não entendia algo. Perguntava-me: como aquela mulher sempre simpática e sorridente, alimentava empatia tão profunda com crianças maltrapilhas, em contraste com sua elegância sóbria?

Num tempo em que filantropia não era janela à “pilantropia”, como na atualidade, menino de rua não significava uma chaga social e, sim, incidência ocasional, Dalvinha Rosado via à frente. Enxergava o porvir. Fazendo do bem-querer espontâneo sua principal ferramenta de trabalho, ela invocava o divino em seus gestos nobres: “Vinde a mim as criancinhas” cabia-lhe bem. Sem olhar a quem.

“Tia”, “tia”, acorriam a ela os pequenos infantes, na luta contra os moinhos de vento de uma Mossoró excludente. Tudo diante do olhar de indiferença da maioria ou de repugnância de outra parte.

O seu altruísmo era de carne, osso e sentimento.

O papel pioneiro de Dalvinha Rosado contrasta com atitudes bem encenadas de muitos políticos “solidários” diante das câmeras. Fazia frente à indústria das fundações, ONG’s e programas de governo, que muitas vezes apenas manipulam a desgraça alheia no Brasil contemporâneo. De Dalvinha transpirava o voto, mas de solidariedade. Revelava-se o humanismo em seu estado puro. Emergia a face da devoção idealista.

Seu estoicismo, em ambiente familiar complexo, se mostrava ainda maior no enfrentamento dos problemas que até poderiam estar alheios à sua existência. Ela já possuía sua própria cruz, porque se sobrecarregar de mais tantas? Vá entender o que se passava em sua cabeça.

Ficamos para trás. Lá se foi a “tia”, ser guache noutro mundo. Poder-se-ia dizer, sem titubeios, que Dalvinha fez sua parte. Agora é com a gente. Sejamos um pouco Dalvinha.

PRIMEIRA PÁGINA

‘MENAS’ VERDADE – A aliança “Vontade Popular” anuncia para o próximo sábado a “primeira” movimentação política descendo a Avenida Presidente Dutra em Mossoró. ‘Menas’ verdade. O candidato a deputado federal pela “Vitória do Povo”, João Maia (PL), fez essa inauguração na atual campanha no sábado passado, dia 2. Olha, que foi coragem de sobra, para quem é tratado até desrespeitosamente por alguns adversários.

VERMELHOU – A propósito, na Vontade Popular, o sinal está literalmente vermelho. A pesquisa para consumo interno mais recente, com números do Ibope, causaram susto considerável à chapa majoritária. Garibaldi Filho (PMDB) continua à frente na corrida ao governo estadual, mas com percentual um pouco acima da margem de erro. Quanto à disputa ao Senado, o quadro é favorável ao adversário Fernando Bezerra (PTB) da “Vitória do Povo”, acima dessa margem.

ELEFANTE – O webleitor João Neto envia e-mail que merece ser compartilhado: “Sou leitor diário do seu blog. Tenho uma duvida e como o ilustríssimo jornalista é uma pessoa muito bem-informada, faço-lhe uma pergunta. Estranhei hoje (6/9), ao assistir o programa eleitoral gratuito na TV, a seguinte frase da senhora ex-Prefeita de Mossoró Rosalba Ciarlini. "Eu juntamente com o senador Garibaldi Alves, quando governador do Estado, trouxe a adutora Jerônimo Rosado para Mossoró, água de boa qualidade para os mossoroenses..." Aí me vem a seguinte pergunta: Essa senhora não foi a mesma que criou mil e umas dificuldades, e era contra a implantação da adutora? Ou eu estou ficando louco ou ele está querendo fazer-nos de besta. Um abraço, e aguardo a sua resposta. Cordiais saudações João B. dos Santos Neto, Um mossoroense intrigado. João, você está certo, certíssimo. Mas como afirmava uma velha raposa mineira, “em política o impossível é elefante voar”.

BASTIDORES – Os bastidores quanto à transferência para Apodi do promotor do Patrimônio Público de Mossoró, Alexandre Frazão, precisam ser contados em suas minudências. Os dias e horas que antecederam a remoção, que não se tratou de uma ascensão dentro do MP, têm coisas realmente interessantes. Ele estava apurando suposto desvio de recursos no Mossoró Cidade Junina e o “Folhaduto”, que é empreguismo, sinecura e nepotismo na Prefeitura de Mossoró. Depois contarei mais detalhes sobre o que paira no ar e no esgoto fétido desta Mossoró.

LULA-LÁ – Candidato a deputado federal em Pernambuco, o grande escritor Ariano Suassuna (PSB) fez palestra ontem em Natal. Numa brecha de sua fala, aproveitou para fazer apologia à candidatura do presidente Lula (PT). Sobrou, em sua fala, para a senadora e candidata Heloísa Helena (PSOL), a quem considerou “raivosa”.

DA REDAÇÃO

- Em função de um deslocamento que tenho de fazer a Natal, adianto a postagem desta coluna. Entretanto, está mantida a regularidade. À tarde posto a Segunda Edição e mais algumas matérias. Deseje-me boa viagem, webleitor.
- Meu caro Felinto Rodrigues, nossa conversa está ratificada para amanhã. Um abraço.
- Amanhã tem show do grande Paulo Diniz, no Oba Restaurante, do casal Ribamar Freitas-Naeide, a partir das 22h, em Mossoró.
- O empresário Haroldo Azevedo aportou ontem em Mossoró. Acompanhou programação do candidato ao Senado e seu amigo, ex-senador Geraldo Melo (PSDB). Mas, cá pra nós: essa “alma” quer reza além dos votos de Mossoró. Está com olhos empresariais focados na cidade.
- Obrigado ao professor Pedro Almeida Duarte; diretor do Correio da tarde e professor Walter Fonseca, além do cinegrafista da TV Cabugi, Zenóbio Oliveira, pela leitura deste Blog.

SÓ PRA CONTRARIAR

Quem com pesquisa fere, com pesquisa será ferido.

2 comentários:

Anônimo disse...

De Frank Dantas:

Amigo Carlos Santos, parabenizo-o pela exatidão e veracidade das matérias publicadas no seu blog. Pode considerá-lo como um melhores do país, e não é bajulação, pois bem sabes que não existe essa palavra no meu dicionário.

Grande abraço.

Anônimo disse...

De Frank Dantas:

Amigo Carlos Santos, parabenizo-o pela exatidão e veracidade das matérias publicadas no seu blog. Pode considerá-lo como um melhores do país, e não é bajulação, pois bem sabes que não existe essa palavra no meu dicionário.

Grande abraço.

Comunicado final deste Blog Jornalístico

A partir de hoje, um novo endereço na Internet responde pelo trabalho jornalístico que procuro desenvolver neste universo virtual. Depois de...