Todos os nomes e a crença
Tenho o hábito de declinar minhas opções eleitorais, a cada pleito estadual/nacional. Tem sido assim há muitos anos. Agora não é diferente. Dessa feita abrigado num ambiente virtual, a Internet, repito o costume.
Não partilho da tese da neutralidade jornalística, como se o comunicador social fora uma entidade superior. Isso não passa de mito. Puro embuste. Sobretudo em se tratando do jornalismo político, é fundamental a opinião, o enfoque analítico e o contraditório, dando combustão à dialética que transforma pasmaceira em debate.
Eu penso. Como qualquer indivíduo, sou um ser humano movido pela valoração voluntária ou inconsciente, a partir das informações e percepções naturais. Não vinga o argumento de que o jornalista tem que ser imparcial. Impossível! Ele não deve se permitir à influência partidária e à leviandade.
Minhas escolhas são como cidadão. Mas elas não se propõem, através deste texto, à influência de massa. Não possuo essa pretensão. É, sim, um manifesto em honra à profissão, ao zelo com que a trato, sendo leal em especial com quem me lê e confia em meus propósitos.
Quanto aos critérios adotados para as escolhas, eles se baseiam num leque de argumentos. Vão da competência à biografia. Seres perfeitos os meus eleitos? Não. Apenas gente. Além deles, temos vários outros em condições de, numa democracia representativa, significarem alento à sociedade. Mas vamos aos nomes.
Deputado estadual. Voto em Lavoisier Maia (PSB). Ex-governador, ex-senador, ex-deputado federal, Lavoisier é um sertanejo típico. Depois de tantas vicissitudes e ocupar postos públicos mais relevantes, tem a humildade de se candidatar à Assembléia Legislativa. Não se revela humilhado por isso. Assinala, com a atitude, ser alguém diferenciado.
Deputado federal. Betinho Rosado (PFL) outra vez. Já votara nele antes. É um parlamentar na acepção da palavra, com visão para o macro e a plena consciência quanto ao papel do legislador. Há quem se queixe de não vê-lo com freqüência nas bases. Ele tem que aparecer em Brasília. É lá seu lugar.
Ao Senado, opto por Fernando Bezerra (PTB) à reeleição. Nos últimos tempos tem sido um dos mais operosos e produtivos políticos do RN. Em seu período como ministro, por exemplo, nunca o Estado recebeu tantos recursos liberados por suas mãos a realizações importantes. Criticam-no por ser casmurro, fechado, de poucos sorrisos. Melhor assim do que a graça pré-fabricada e moldada no escárnio.
À Presidência da República vou de Cristovam Buarque (PDT). Inteligente, culto, preparado para governar o Brasil e o único, entre os candidatos, que conseguiu apresentar idéias palpáveis, sem a engenhosidade da retórica e da cosmética do marketing.
Ao governo do Estado fico com Wilma de Faria (PSB). Não se trata de reconhecimento à sua gestão vigente, que na verdade é apenas razoável. Poderia ter sido melhor e revolucionária, se apostasse numa reforma de Estado, abdicasse dos favores localistas e tivesse investido numa gerência descentralizada. O voto é acima de tudo contra o atraso político de arrumações baratas, envolvendo inimigos que se associam temendo o advento de outras forças, como se fossem donos do Estado. Nada pessoal. É ideológico mesmo.
É isso. Que venha 1º de outubro.
3 comentários:
fazer o que,ninguém é perfeito,suas opções para deputados são lastimaveis,mas repito fazer o que?,pensei que o bloguista fosse mais esquerdista.tem nada,rapaz o blog continua....
Em primeiro lugar, suas opções não têm apenas que ser aceitas. Precisam ser respeitadas.
O que me causa uma certa estranheza, é a sua afirmação de que escolhe Wilma, por que "O voto é acima de tudo, contra o atraso político de arrumações baratas, envolvendo inimigos que se associam, temendo o advento de outras forças, como se fossem donos do estado".
Sinceramente, vejo com pouca solidez, tal argumento!
Você acha mesmo que Wilma de Faria, que já foi Maia "da gema", se encaixa nessas outras forças?
Se assim o for, vejo a sua análise, seriamente comprometida. Excetuando-se os néscios, todos sabem que a senhora Wilma de Faria, é a mais pura cria de um clã político, inserido dentre aqueles que o caro jornalista, considera arvorarem-se de "donos do estado".
A senhora Wilma, nunca foi, não é, nem jamais será algo novo, na política desse nosso pobre Rio Grande "sem Norte".
Aliás, há uma frase do ex-governador (perecido), Tarcísio de Vasconcelos Maia:
Segundo ele, "Wilma (sem trocadilhos) faria qualquer acordo, com quem quer que fosse, para estar no poder".
Para finalizar, emito a minha opinião pessoal sobre a mesma:
Na minha concepão, Wilma, é um ente político, de práticas muito semelhantes às do seu tio, (também já falecido) Dinarte Mariz, cujos métodos politicos rezavam pela cartilha da chamada "República velha".
Parabens ao Jornalista Carlos Santos pelo blog, do qual sou leitor assíduo. Parabens também pela iniciativa de declinar seus votos.
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