domingo, setembro 03, 2006

POESIA

Par constante

Meia-noite regresso. A casa dorme.
Abro a porta da frente e acendo a luz.
Na parede encardida, quase informe,
o Amor confinado em sua cruz.

Corre pelo telhado um rato enorme!
- Chão de estrelas e céu de gabirus –
E esta cena a minh’alma ainda absorve
sob os olhos sem brilho de Jesus.

Lá no quarto, estirada sobre o leito,
já me espera a inimiga do meu sono,
a gabar-se do mal que me tem feito.

Eis a infinda rotina e o sonho vão
de ser livre e feliz neste abandono,
entre os cravos e a cruz da solidão.

* Marcos Ferreira de Sousa é poeta, contista e cronista nascido em Mossoró

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo, o soneto de nosso Marcos Ferreira "Par Constante" é muito bom.
Sua resenha do livro da cangaceiróloga francesa, também. Mas acho a
hipótese dela é tautológica. Considero que a hipótese dela é que a
mídia construiu a "estética do cangaço". E quem haveria de construir?
Joãozinho Trinta?

Comunicado final deste Blog Jornalístico

A partir de hoje, um novo endereço na Internet responde pelo trabalho jornalístico que procuro desenvolver neste universo virtual. Depois de...