domingo, janeiro 28, 2007

Poema (Homenagem a Miguel Arraes)

Santo canavieiro

Foi santo, o homem do Araripe
Sensível às dores da seca e ao abandono da terra?

Foi santo, o homem sertanejo
Aliado do trabalhador rural em suas lutas
Pela sobrevivência?

Homem do povo, tinha seu corpo tocado
pelo dom do milagre?

A gente simples o via assim: lutador milagreiro
Guerreiro do povo que não se entrega.

Pulso firme, mão alérgica a dinheiro,
Importava a prática política, a práxis
O posicionamento voltado ao homem
Do canavial.

A pacificação das relações humanas
Foi, sempre, o norte de sua ação.

Diante dos canhões, recusou a capitulação
Foi preso e no desterro viveu
Para voltar, de onde foi arrancado
Pela mesma porta que saiu.

Vivo, era um mito quase santo
Cujo santinho de campanha
Um simples pedaço de papel
Servia a chás de curas milagrosas.

A luta deste homem
Por justiça social e soberania do povo
Trouxe frutos
E a nação que sonhou livre
Hoje se faz soberana.

São Miguel Arraes de Alencar
Santo canonizado vivo pelo povo do seu sertão.

Eduardo Alexandre – Poeta natalense em recital na sexta, 26, em Natal, na inauguração da Escola Legislativa Miguel Arraes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sou um dos dez filhos de Arraes,o oitavo.Gostaria muito de agradecer a emoção causada pelo poeta Eduardo Alexandre e ao Carlos Santos,seu divulgador.Chega-se ao final do poema com a garganta apertada.
Muito obrigado.
Luiz Arraes
PS:passei o poema para meus outros irmãos.Um best seller!
Postei em anônimo para facilitar minha vida e não para manter o anonimato.

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