O penta que não pariu
A pátria em chuteiras caiu na realidade. O país volta à normalidade. Descobriu que até no futebol, onde inoculavam em sua cabeça que éramos o melhor de todos com “quadrado mágico”, “imperador”, “fenômeno”, “malabarista”, “recordistas” etc, somos microscópicos. Uma farsa. Um amontoado de vaidade e soberba é o que somos. Esses dois inimigos invisíveis quando se juntam são imbatíveis.
Como ocorreu centenas e milhares de vezes no futebol, o delírio da superioridade caiu diante do inexorável: a realidade. Duas frases em entrevistas de membros do selecionado que perdeu de 0 x 1, para a França, no sábado, atestam esse estado de espírito.
O lateral-direito Cafu comentava depois do jogo que “a gente pensava que podia fazer um gol a qualquer momento”. Foi assim, por exemplo, com as seleções de 50 e 82.
O treinador Carlos Alberto Parreira se entregou: “Eu não estava preparado para perder. A gente nunca se prepara para perder”.
O Brasil não perdeu a Copa do Mundo da Alemanha. Deixou de ganhar. Vale uma analogia à fábula de Esopo, “a lebre e a tartaruga”. A primeira, sabedora de sua superioridade na velocidade, apostou com a outra. No trajeto, tão segura da vitória, dormiu um pouco. Ao acordar, a ágil lebre se deparou com a adversária na reta de chegada. Já era tarde.
Com um elenco formado por estelas mundiais do futebol, a grande maioria brilhando na Europa, o mundo esperava que a amarelinha vencesse. Parecia óbvio. A mitificação externa, que contaminou o sentimento interno no grupo, começou a desmanchar o sonho de quem na verdade não se preparou para vencer.
Com projetos particulares se sobrepondo ao de equipe, o selecionado foi gradualmente definhando. Não conseguiu em qualquer um dos jogos da competição, demonstrar ser um time diferenciado. Estava em jogo o recorde de Ronaldo Fenômeno de maior artilheiro das copas; o recorde de Cafu em jogos pela seleção; a confirmação de melhor do mundo de Ronaldinho dentuço e, quem sabe, o título.
A insistência com que o treinador Parreira cedeu aos medalhões que foram se escalando em detrimento dos emergentes, em melhor forma, deu um acréscimo na formação da ópera chinfrin da seleção. E nem adianta comentar a dificuldade do treinador em ousar, em agir rápido diante do fracasso iminente no jogo contra a França.
Nós, brasileiros, não perdemos. O derrotado é um grupo de nariz empinado que anunciou que superaria a consagrada seleção tri-campeã no México, desdenhou Pelé e se imaginava sobrenatural.
Os “deuses do futebol” mais uma vez, de forma sábia, deram a lição devida. O Brasil continua sua vida, com todas suas contradições. Essa turma que parecia nos representar é que vá ao penta que não pariu.
PRIMEIRA PÁGINA
ODE – O jornalista Carlos Duarte, diretor do semanário mossoroense Página Certa (www.jornalpaginacerta.com.br), escreveu uma reportagem para ser lida e relida por quem verdadeiramente adora Mossoró. Com o título “Tenham respeito!” ele descreve um odioso processo de limpeza étnico-histórica que se promove em Mossoró, banindo nomes e insultando famílias de bem. É um alerta para que ocorra uma reação a esse tipo de doutrina, que não é nova, e segue modelo bastante conhecido.
JANTAR – O candidato a governador pela coligação Vontade Popular, senador Garibaldi Filho (PMDB), terá jantar de adesão hoje à noite no Boulevard em Natal. Promessa de casa cheia. Diz-se que é para aumentar o caixa da campanha. Caixa Um.
PAULO – Com a expectativa de ser candidato a deputado federal ou estadual, o apresentador de TV da Ponta Negra, areia-branquense Paulo Wagner, ficou na “geladeira” a pedido da patroa Micarla de Sousa, vice-prefeita natalense e dirigente do PV. Mas poderá ressurgir projeto político em 2008, como candidato a vereador em Natal. Paulo é um nome de forte audiência na TV da capital.
PRESSÃO – O líder do rosalbismo, ex-deputado estadual Carlos Augusto (PFL), não está gostando nem um pouco da debandada de vários vereadores, sob o comando do presidente da Câmara de Mossoró Júnior Escóssia (PFL), para apoio a Rogério Marinho (PSB) a deputado federal. “Será que esses vereadores querem a reeleição e ter o apoio de Rosalba (ex-prefeita e candidata ao Senado)?” comentou ele com um interlocutor.
GERAIS
- Uma beleza o espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró”, que encerrou sua temporada no sábado passado, no adro da Capela de São Vicente em Mossoró. Existem alguns senões, que podem ser corrigidos, mas em essência algo para ser apresentado em qualquer palco do mundo. Sem exagero.
- O bom humor do brasileiro é infindável. Sábado, após a derrota do Brasil para a França, uma cliente chega a determinada panificadora e propaga. “Se eu fosse dona de padaria não vendia pão francês hoje”. O problema não é com o pão e, sim, falta de fermento no futebol do selecionado.
- O publicitário e radialista Caby Costa Lima lançará mais uma edição da série de livros documentais “Do bumba”. Será no dia 14 próximo no restaurante “Travessia”, às 19h.
- O Itep de Mossoró registrou entrada de três corpos no final de semana. Um atropelamento em Mossoró, caso de enforcamento em Upanema e outro registro na Praia de Baixa Grande em Areia Branca.
- No dia 30 deste mês, os amantes das letras não podem deixar passar em branco o centenário de nascimento do grande Mário Quintana, o poeta de Alegrete (RS). Dele, de chofre, o “Poeminha do Contra”, algo bastante atual e estimulante: “Todos esses que aí estão, atravacando meu caminho, eles passarão. Eu passarinho”.
- Ainda hoje, no período vespertino, mais uma edição da Coluna do Herzog. Acesse. Antes disso, a postagem de outras matérias.
- Obrigado a juiz de Direito Renato Magalhães, jornalista Jânio Rego, Maysa Costa e desiger Israel Sousa pelo acesso diário a este Blog.
SÓ PRA CONTRARIAR
Viva a França. O Brasil que Zidane.
A pátria em chuteiras caiu na realidade. O país volta à normalidade. Descobriu que até no futebol, onde inoculavam em sua cabeça que éramos o melhor de todos com “quadrado mágico”, “imperador”, “fenômeno”, “malabarista”, “recordistas” etc, somos microscópicos. Uma farsa. Um amontoado de vaidade e soberba é o que somos. Esses dois inimigos invisíveis quando se juntam são imbatíveis.
Como ocorreu centenas e milhares de vezes no futebol, o delírio da superioridade caiu diante do inexorável: a realidade. Duas frases em entrevistas de membros do selecionado que perdeu de 0 x 1, para a França, no sábado, atestam esse estado de espírito.
O lateral-direito Cafu comentava depois do jogo que “a gente pensava que podia fazer um gol a qualquer momento”. Foi assim, por exemplo, com as seleções de 50 e 82.
O treinador Carlos Alberto Parreira se entregou: “Eu não estava preparado para perder. A gente nunca se prepara para perder”.
O Brasil não perdeu a Copa do Mundo da Alemanha. Deixou de ganhar. Vale uma analogia à fábula de Esopo, “a lebre e a tartaruga”. A primeira, sabedora de sua superioridade na velocidade, apostou com a outra. No trajeto, tão segura da vitória, dormiu um pouco. Ao acordar, a ágil lebre se deparou com a adversária na reta de chegada. Já era tarde.
Com um elenco formado por estelas mundiais do futebol, a grande maioria brilhando na Europa, o mundo esperava que a amarelinha vencesse. Parecia óbvio. A mitificação externa, que contaminou o sentimento interno no grupo, começou a desmanchar o sonho de quem na verdade não se preparou para vencer.
Com projetos particulares se sobrepondo ao de equipe, o selecionado foi gradualmente definhando. Não conseguiu em qualquer um dos jogos da competição, demonstrar ser um time diferenciado. Estava em jogo o recorde de Ronaldo Fenômeno de maior artilheiro das copas; o recorde de Cafu em jogos pela seleção; a confirmação de melhor do mundo de Ronaldinho dentuço e, quem sabe, o título.
A insistência com que o treinador Parreira cedeu aos medalhões que foram se escalando em detrimento dos emergentes, em melhor forma, deu um acréscimo na formação da ópera chinfrin da seleção. E nem adianta comentar a dificuldade do treinador em ousar, em agir rápido diante do fracasso iminente no jogo contra a França.
Nós, brasileiros, não perdemos. O derrotado é um grupo de nariz empinado que anunciou que superaria a consagrada seleção tri-campeã no México, desdenhou Pelé e se imaginava sobrenatural.
Os “deuses do futebol” mais uma vez, de forma sábia, deram a lição devida. O Brasil continua sua vida, com todas suas contradições. Essa turma que parecia nos representar é que vá ao penta que não pariu.
PRIMEIRA PÁGINA
ODE – O jornalista Carlos Duarte, diretor do semanário mossoroense Página Certa (www.jornalpaginacerta.com.br), escreveu uma reportagem para ser lida e relida por quem verdadeiramente adora Mossoró. Com o título “Tenham respeito!” ele descreve um odioso processo de limpeza étnico-histórica que se promove em Mossoró, banindo nomes e insultando famílias de bem. É um alerta para que ocorra uma reação a esse tipo de doutrina, que não é nova, e segue modelo bastante conhecido.
JANTAR – O candidato a governador pela coligação Vontade Popular, senador Garibaldi Filho (PMDB), terá jantar de adesão hoje à noite no Boulevard em Natal. Promessa de casa cheia. Diz-se que é para aumentar o caixa da campanha. Caixa Um.
PAULO – Com a expectativa de ser candidato a deputado federal ou estadual, o apresentador de TV da Ponta Negra, areia-branquense Paulo Wagner, ficou na “geladeira” a pedido da patroa Micarla de Sousa, vice-prefeita natalense e dirigente do PV. Mas poderá ressurgir projeto político em 2008, como candidato a vereador em Natal. Paulo é um nome de forte audiência na TV da capital.
PRESSÃO – O líder do rosalbismo, ex-deputado estadual Carlos Augusto (PFL), não está gostando nem um pouco da debandada de vários vereadores, sob o comando do presidente da Câmara de Mossoró Júnior Escóssia (PFL), para apoio a Rogério Marinho (PSB) a deputado federal. “Será que esses vereadores querem a reeleição e ter o apoio de Rosalba (ex-prefeita e candidata ao Senado)?” comentou ele com um interlocutor.
GERAIS
- Uma beleza o espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró”, que encerrou sua temporada no sábado passado, no adro da Capela de São Vicente em Mossoró. Existem alguns senões, que podem ser corrigidos, mas em essência algo para ser apresentado em qualquer palco do mundo. Sem exagero.
- O bom humor do brasileiro é infindável. Sábado, após a derrota do Brasil para a França, uma cliente chega a determinada panificadora e propaga. “Se eu fosse dona de padaria não vendia pão francês hoje”. O problema não é com o pão e, sim, falta de fermento no futebol do selecionado.
- O publicitário e radialista Caby Costa Lima lançará mais uma edição da série de livros documentais “Do bumba”. Será no dia 14 próximo no restaurante “Travessia”, às 19h.
- O Itep de Mossoró registrou entrada de três corpos no final de semana. Um atropelamento em Mossoró, caso de enforcamento em Upanema e outro registro na Praia de Baixa Grande em Areia Branca.
- No dia 30 deste mês, os amantes das letras não podem deixar passar em branco o centenário de nascimento do grande Mário Quintana, o poeta de Alegrete (RS). Dele, de chofre, o “Poeminha do Contra”, algo bastante atual e estimulante: “Todos esses que aí estão, atravacando meu caminho, eles passarão. Eu passarinho”.
- Ainda hoje, no período vespertino, mais uma edição da Coluna do Herzog. Acesse. Antes disso, a postagem de outras matérias.
- Obrigado a juiz de Direito Renato Magalhães, jornalista Jânio Rego, Maysa Costa e desiger Israel Sousa pelo acesso diário a este Blog.
SÓ PRA CONTRARIAR
Viva a França. O Brasil que Zidane.
Um comentário:
Carlos,
Parabéns pelo "Penta que Pariu", tema criativo e conteúdo muito bom.
Sds,
Joao Maria
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