quarta-feira, julho 19, 2006

COLUNA DO HERZOG (Primeira Edição)

O germe da ignorância e a Champs Eliseès jeca

Reprodução jeca da Champos Eliseés, a Avenida Presidente Dutra continua intacta na atual campanha eleitoral. Símbolo de manifestações populares naturais ou organizadas, para comemorações no esporte, política etc, ela não foi tocada ainda pelas candidaturas a cargos eletivos com base em Mossoró. E nenhum concorrente a posto majoritário se atreveu à igual desafio.
Essa distância é absolutamente compreensível.
Todos os candidatos, sem exceção, estão tentando assimilar a nova fórmula de promoção de imagem estabelecida pela minirreforma eleitoral, algo bastante restritivo. Sem direito a distribuir bonés, camisetas, trios-elétricos e superproduções musicais, além de cachaça e cachorro-quente para a plebe rude e ignara, o político é obrigado a ser ele mesmo. Eis a questão.
Como a maioria é ignorante, incapaz de articular uma frase inteligível e desprovida de projetos à coletividade, as grandes mobilizações da massa-gente como denominava o senador Darcy Ribeiro, estão comprometidas. Ainda bem.
Talvez isso obrigue alguns políticos a pelo menos lerem o rótulo do Biotônico Fontoura e não apenas as futricas da Contigo ou a Caras repleta de fotos de gente “feliz”.
Segundo um dos grandes sábios deste país, que se estivesse vivo faria 100 anos no próximo dia 30, poeta Mário Quintana, “o pior dos ignorantes é aquele que aprendeu a ler e não lê.” Temos vários exemplares dessa fauna na política nativa.
Mesmo de modo estabanado, legisladores e Tribunal Superior Eleitoral (TSE) podem ter dado um salto superior à melhoria dos quadros políticos. De cara limpa, sem o suporte hollywoodiano do showmício, a abundância de santinhos e outras ferramentas de propaganda, pode sobrar o que estiver no cérebro. O marketing político não foi condenado ao desaparecimento. Muito pelo contrário. Ele pode ajudar a extrair dos políticos, mais do que sorrisos e frases ensaiadas para ludibriar o povão.
Há tempos, Roger Douglas, ex-ministro da Fazenda da Nova Zelândia, comentava com amigos paulistas o que seu país fez para melhorar a atividade pública: o político ao expor uma promessa e não disser “como” vai materializá-la, é desmascarado na mídia no dia seguinte pelo adversário, em espaço gratuito. Assim, disse, o povo vai aprendendo a discernir, separando o bom do incapaz.
É inconcebível que continuemos a eleger e reeleger fulano porque é filho de sicrano, ou marido de beltrano. Gera-se um caricato fenômeno biológico: as vocações políticas só florescem nas mesmas famílias, como graça messiânica ou reforço da tese da “evolução das espécies” de Charles Darwin. Não existe nenhum outro ramo humano onde isso ocorra com tamanha frequência. O craque de futebol Zico, por exemplo, pai de três filhos, não conseguiu fazer de nenhum deles o sucessor no competitivo universo da bola. Na política é diferente: a “seleção natural” o povo, inocente, banca.
O RN produz um modelo político primitivo e cruel. Preserva um raro coronelismo urbano que transformou a atividade em profissão, privatizando o Estado e em muitos casos promovendo sua pilhagem descaradamente. O que sobra é destinado a um elenco numeroso: os sabujos. Trata-se de uma gente menor intelectualmente, servil e idiota, que por qualquer merreca mata e morre por seu “khan” (senhor, em mongol).
Um tapinha nas costas os derrete todo, se imaginando valorizados por seu amo. Não sabem que, por seu servilismo, condenam sua prole a viver como no sistema hindu de castas: filho de miserável tem que ser esmoleiro, o neto indigente, bisneto pé-rapado... Pobre gente.

PRIMEIRA PÁGINA

ESQUECERAM? – Você sabe por que a imprensa simpática à candidatura Rosalba Ciarlini (PFL) não divulgou o resultado da pesquisa Certus/Tribuna do Norte ao Senado, em Mossoró? Os números são de queda livre. O estardalhaço dos 73,37% do dia 4 de junho virou algo bem menor. A meta dos 100 mil votos por aqui está cada dia mais difícil. Para piorar, o “tamborete” Geraldo Melo (PSDB) vem esticando as pernas por essas bandas. Quem circular pela periferia vai notar isso.
NÉLIO – Mesmo que não caiba o prejulgamento, é bom que lembremos: o surgimento do nome do deputado federal Nélio Dias (PP) na lista dos “sanguessugas” não chega a causar estranheza. Nélio tem antecedentes. Em pleno governo Garibaldi Filho (PMDB), ele foi flagrado desviando água da adutora Sertão Central para uma propriedade sua. Não deu em nada. Além disso, sua eleição foi negociada em troca de facilitação de acesso de Papau Alves, irmão de Garibaldi, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), do qual Nélio Dias fazia parte. Coisas da abjeta política do RN.
MAIS – Ninguém se surpreenda: uma fonte dos intramuros de Brasília garante ao Blog que mais nome do RN deverá ser anunciado no caso da “Máfia dos Sanguessugas”. Aguarde, por favor. Nenhuma surpresa, meu caro.
BOICOTE – Está crescendo a disposição de muita gente da militância política, encrustrada na Prefeitura de Mossoró, de boicote à candidatura ao Senado de Rosalba Ciarlini (PFL). Estranho, muito estranho. Já é fácil notar de forma mais fácil, que a irmã da ex-prefeita, deputada Ruth Ciarlini (PFL), não terá vida fácil e o deputado federal Betinho Rosado (PFL), irmão do ex-deputado Carlos Augusto (PFL), não vê muito esforço para seu projeto de reeleição. Estranho, muito estranho.
BAIXAS – Sem a caneta diretamente à mão, como nos oito anos consecutivos de governo Rosalba Ciarlini, a cúpula do rosalbismo está tendo dificuldades para segurar apoios primários. Os vereadores Benjamim Machado (ex-PTB), Júnior Escóssia (PFL) e Sargento Osnildo (PSL) estão apoiando Rogério Marinho (PSB) a deputado federal e Leonardo da Vinci (PFL) – marido da prefeita Fafá Rosado (PFL) – a deputado estadual. Mesmo pressionados a pelo menos votarem em Betinho, não se intimidaram.
OUTRA – Quem também se sublevou foi Arlene Souza (PFL). A vereadora resolveu que não apoiará Betinho e muito menos Ruth. Vai de Felipe Maia (PFL) e Leonardo da Vinci. Nos bons tempos, Carlos orientava a mulher Rosalba a deixar os revoltosos à mingua. Mas a caneta está em outras mãos, com o novo primeiro-casal Fafá-Leonardo da Vinci. É a vida.
REUNIÃO – À semana passada, Carlos fez outra reunião com a bancada de vereadores governistas, tentando “dividir” votos e mudar outros para apoio a Ruth e Betinho. Saiu de mãos abanando e perdeu a paciência. Em alguns casos, foi claro, disse que alguns vereadores só estavam nessa condição porque receberam ajuda direta do grupo para a vitória eleitoral. Não mentiu. É verdade. Agora, uma pergunta: o que pensam sobre isso aqueles que não tiveram essa “mãozinha”, apesar de aliados e igualmente candidatos?

GERAIS

- A cantora evangélica Leila Praxedes se apresentará nos dias 22 e 23 (sábado e domingo) deste mês na Assembléia de Deus do conjunto Abolição III, ocasião da comemoração das bodas de prata (25anos) da Igreja Assembléia de Deus desse habitacional.
- O país perdeu um grande ator, Raul Cortez. Ele costumava circular com regularidade por Natal, onde fez vários amigos. Que descanse em paz.
- Comerciantes da Rua Tiradentes – em Mossoró - e adjacências estão em polvorosa. Alguns fecham suas portas em horários distintos, em especial para o almoço, temendo assalto. Há menos de um mês, numa tentativa de assalto morreram três pessoas na área, entre elas um lojista e seu filho.
- O Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP) arranjou um lugar para se instalar. O novo prédio da Biblioteca Municipal Ney Pontes terá uma sala para a entidade, que reúne pessoas voltadas à cultura na região.
- Obrigado pela leitura diária deste Blog ao advogado e ex-secretário de Estado Honório de Medeiros; lojista Escóssia Júnior; odontólogo Paulo Roberto Santos e advogado Tarcísio Jerônimo.

SÓ PRA CONTRARIAR

Será que os Rosados vão pedir dinheiro e carro emprestado à família Duarte, depois de terem tirado o nome da praça em homenagem ao senhor Manoel Duarte e jogado seu busto num ferro-velho? Só se for muito cinismo.

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Comunicado final deste Blog Jornalístico

A partir de hoje, um novo endereço na Internet responde pelo trabalho jornalístico que procuro desenvolver neste universo virtual. Depois de...