Nosso PCC é outro
A violência sistêmica em São Paulo, sob a batuta do Primeiro Comando da Capital (PCC), movimento delinqüente organizado que ganha fama internacional, não é algo localizado. Trata-se de uma pandemia que se alastra pelo país em diversas formas e estágios. Em Mossoró, município com pouco mais de 225 mil habitantes, o patamar de evolução dessa hidra é mais adiantado do que muitos possam imaginar.
Temos todas as condições ambientes para que Mossoró seja refém do crime, sem que isso provoque uma reação à altura do próprio povo através de suas instituições. Não se trata de uma previsão sem base aleatória. É um vaticínio assentado em fatos. Corremos o perigo de testemunharmos a reedição de grupos paramilitares e o instituto da "justiça com as próprias mãos" escudando o povo.
O Estado á vacilante e tíbio. Nossa elite política é pusilânime, com raras exceções. E bote raro nisso.
A psicologia social e a antropologia, passando por outras ciências que estudam o indivíduo e as civilizações, podem revelar com maior densidade o porquê desse cenário. Mas ninguém venha justificar que a violência seja resultado da falta de educação e pobreza, simplesmente. Essa tese primitiva é descabida e preconceituosa. Ignorante.
Poucos sabem, mas Mossoró já convive com bairros loteados por gangues do tráfico; bandos se enfrentam em praça pública com armas de fogo; a polícia evita circular em certos setores urbanos e o cidadão muda hábitos provincianos para se proteger do pior.
Enquanto isso, se propaga que o funcionamento de um presídio federal de segurança máxima no município - zona rural -, ainda este ano, aumentará a violência. O debate em torno do assunto é tocado pela mesma pequenez que norteou a implantação da adutora Jerônimo Rosado, no final dos anos 90. Ou você já esqueceu?
Àquele tempo, a então prefeita de Mossoró - Rosalba Ciarlini - e seu grupo protestavam veementemente contra a obra. Por quê? Simples. O governador de então era seu adversário político, Garibaldi Alves Filho (PMDB).
Com relação ao presídio, o motivador da campanha contrária é a mesma: a politicalha. A governadora que viabilizou a obra da União, Wilma de Faria (PSB), é adversária do mesmo grupo hegemônico no município.
Nos dois casos, temas cruciais ganham a particularidade das aspirações politiqueiras. A elite pode bancar segurança privada, anda em carro blindado e mora em mansões e condomínios inexpugnáveis. Parte dela até vive fora da cidade. Entretanto, quando também for alcançada pelo braço dos fora-da-lei, pagará na própria carne por tanta iniqüidade. Nosso PCC é outro. Pode ser traduzido como Políticos Cínicos e Covardes.
A violência sistêmica em São Paulo, sob a batuta do Primeiro Comando da Capital (PCC), movimento delinqüente organizado que ganha fama internacional, não é algo localizado. Trata-se de uma pandemia que se alastra pelo país em diversas formas e estágios. Em Mossoró, município com pouco mais de 225 mil habitantes, o patamar de evolução dessa hidra é mais adiantado do que muitos possam imaginar.
Temos todas as condições ambientes para que Mossoró seja refém do crime, sem que isso provoque uma reação à altura do próprio povo através de suas instituições. Não se trata de uma previsão sem base aleatória. É um vaticínio assentado em fatos. Corremos o perigo de testemunharmos a reedição de grupos paramilitares e o instituto da "justiça com as próprias mãos" escudando o povo.
O Estado á vacilante e tíbio. Nossa elite política é pusilânime, com raras exceções. E bote raro nisso.
A psicologia social e a antropologia, passando por outras ciências que estudam o indivíduo e as civilizações, podem revelar com maior densidade o porquê desse cenário. Mas ninguém venha justificar que a violência seja resultado da falta de educação e pobreza, simplesmente. Essa tese primitiva é descabida e preconceituosa. Ignorante.
Poucos sabem, mas Mossoró já convive com bairros loteados por gangues do tráfico; bandos se enfrentam em praça pública com armas de fogo; a polícia evita circular em certos setores urbanos e o cidadão muda hábitos provincianos para se proteger do pior.
Enquanto isso, se propaga que o funcionamento de um presídio federal de segurança máxima no município - zona rural -, ainda este ano, aumentará a violência. O debate em torno do assunto é tocado pela mesma pequenez que norteou a implantação da adutora Jerônimo Rosado, no final dos anos 90. Ou você já esqueceu?
Àquele tempo, a então prefeita de Mossoró - Rosalba Ciarlini - e seu grupo protestavam veementemente contra a obra. Por quê? Simples. O governador de então era seu adversário político, Garibaldi Alves Filho (PMDB).
Com relação ao presídio, o motivador da campanha contrária é a mesma: a politicalha. A governadora que viabilizou a obra da União, Wilma de Faria (PSB), é adversária do mesmo grupo hegemônico no município.
Nos dois casos, temas cruciais ganham a particularidade das aspirações politiqueiras. A elite pode bancar segurança privada, anda em carro blindado e mora em mansões e condomínios inexpugnáveis. Parte dela até vive fora da cidade. Entretanto, quando também for alcançada pelo braço dos fora-da-lei, pagará na própria carne por tanta iniqüidade. Nosso PCC é outro. Pode ser traduzido como Políticos Cínicos e Covardes.
PRIMEIRA PÁGINA
LONGE - O senador José Agripino (PFL), um dos principais signatários do consórcio político entre PMDB e PFL no RN, não deu o ar de sua graça no Boulevard, local onde ocorreu jantar de adesão à chapa Garibaldi Filho/Ney Lopes (PFL) em Natal, ontem. Veja o que escreveu a jornalista Thaísa Galvão, em seu Blog, sobre o assunto: "Não se sabe se chateado por causa da idéia fixa do PMDB de correr atrás do presidente Lula... O fato é que o senador José Agripino não foi ao jantar de adesão às candidaturas de Garibaldi e Ney. Foi representado pela mulher, dona Anita Catalão Maia, e pelo filho candidato a deputado federal, Felipe Maia. Mas Agripino mesmo..."
NA VERDADE - O PMDB do RN não ensaia apoio ao presidente Lula por acaso. Nem foi por acaso o texto meia-sola do relatório da CPI dos Bingos que o senador Garibaldi Filho aprontou, livrando a cara de dois dos principais quadrilheiros do PT e do outrora límpido Lula. Com seu apetite patológico pelo poder, o outrora combativo MDB, hoje PMDB, pavimenta caminho para ser governo de novo, perdendo ou ganhando. Quem paga o "pato" é o candidato presidencial Geraldo Alckmin (PSDB). E o candidato ao Senado, Geraldo Melo (PSDB), é quem leva a culpa. Fala sério!
REMENDO - Um representante do governo da prefeita Fafá Rosado (PFL) procurou uma das lideranças da família Duarte, do patriarca Manoel Duarte. A tentativa foi de remendar com uma versão tosca, além de uma medida-gambiarra, o crime cometido por essa administração festiva. O busto de Manoel Duarte foi arrancado de um largo em sua homenagem há vários dias e encontrado pela família num depósito de ferro-velho. Iria para fundição em Fortaleza.
REMENDO II - Herói de verdade da resistência de Mossoró ao bando de Lampião em 1927, Manoel Duarte e sua numerosa família - além de toda a sociedade mossoroense - foram ultrajados. O busto, que o governo municipal estava querendo recolocar "num cantinho" da Avenida Rio Branco, em obras e reurbanizacão, não terá esse destino. A família Duarte teme que lá adiante, outro prefeito insano, com um espírito nazi-fascista, repita a dose - e dessa feita com pleno êxito. O busto terá o destino de uma propriedade privada da família. Certo.
ESPERA - Vários candidatos homologados em convenções ocorridas nos últimos dias no RN não devem figurar na lista de registro, oficial, dos partidos e coligações. O prazo para registro termina amanhã. Sobretudo em chapas proporcionais existem dúvidas, negociações em curso, promessas cobradas etc. Enfim, de tudo um pouco. Boa parte, impublicável, logicamente.
BEM - Segundo observação do nosso "Big Blog" , a ex-prefeita e candidata ao Senado pela aliança "Vontade Popular", Rosalba Ciarlini (PFL), circulou com desenvoltura no jantar de adesão à chapa de Garibaldi Filho ontem. Não desgrudou do candidato, sendo apresentada a vários peemedebistas, lideranças interioranas, que são a base para alimentar sua alentada vitória.
GERAIS
- Há coisa mais gosmenta do que a cobertura da imprensa brasileira, com raras exceções, sobre a desclassificação da Copa do Mundo? Como os sujeitos mudam de opinião ao sabor dos acontecimentos. Poucos se salvam, exemplos de Juca Kfouri e Tostão. Os dois, a propósitos, estão longe da grande mídia televisiva, justamente porque pensam e agem com visão crítica factível, racionalidade e decência. Esses valores estão em baixa na sociedade nacional.
- Obrigado ao leitor João Maria da Pedagogia da Gestão pelo comentário. Um abraço, saúde e paz.
- Visitei ontem à noite as obras do novo Palácio do Forró, à BR-304, saída para Fortaleza. Promete ser um ambiente de sucesso superlativo. Os empreendedores Tácio Garcia e Fátima Gondim merecem. Fazem por onde numa cidade que detesta o sucesso alheio.
- Faleceu ontem em Natal, dona Maria Diógenes, ex-diretora da Rádio Tapuyo de Mossoró e irmã do ex-juiz de Direito Luiz Diógenes. Nossa solidariedade à família.
- Das entidades ligadas à cultura em Mossoró, apenas a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) se pronunciou sobre a infame "desova" do busto do senhor Manoel Duarte. Nada do Icop e ícones da nossa cultura. Lamentável, triste, mas compreensível, sem deixar de ser repugnante. Por isso mesmo repugnante. Ainda se fala que aqui é a "terra da liberdade".
- Desde ontem esta coluna está sendo postada em duas edições diárias, sendo uma no período matutino e outra no vespertino. Acesse.
- Obrigado à jornalista Lúcia Rocha, psicanalista Graça Sabino, professor-advogado Carlos Oliveira e secretário da Comunicação de Mossoró Carlos Skarlack, pelo acesso diário deste Blog.
SÓ PRA CONTRARIAR
É fácil entender a falha do lateral Roberto Carlos ao não marcar Thierry Henry, autor do gol francês contra o Brasil, no sábado. Ele estava mais preocupado com seu pé-de-meia.
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