quarta-feira, julho 05, 2006

COLUNA DO HERZOG (Primeira Edição)

O começo do fim
Os primeiros movimentos em nível de Justiça Eleitoral, no preâmbulo da campanha deste ano, dão nítido sinal de que o país caminha para o completo desmonte do seu sistema partidário. Os mais apressados podem afirmar com ar erudito: "Nunca tivemos partidos no Brasil". Errado. Tivemos e ainda temos alguns simulacros de siglas partidárias.
O desarranjo acelerado que acontece agora, decorrente de um processo continuado de fragilização dos partidos, desde a retomada da democracia em meados dos anos 80, era previsível. E a agonia do PT, comemorada por muitos, não contribui para a purificação desse espaço institucional.
O que sairá das urnas é uma incógnita. Entretanto, com a adoção do dispositivo da cláusula de barreira, um arremedo de verticalização, além de enxertos na Lei Eleitoral em vigor que levam à loucura os magistrados na hora de julgamentos, não se pode esperar o melhor. Caminhamos para o passado, numa formulação pior do que a gerada no regime militar de 64 e sua linha de bipolarização consentida.
Quem mais se queixa, a classe política, é a principal responsável por essa barafunda. Mexe e remexe leis, com o poder que possui para isso, à luz dos seus interesses, até chegar ao ponto de deixar intragável o ambiente político-partidário. Não sobreviverão mais do que cinco ou seis legendas das 29 registradas, ao final desse processo. E o que sobrar, dificilmente terá solidez e representatividade popular.
E não adianta argumentar que "há partido em excesso". Outra tolice. Na Itália existem mais de 60, na Inglaterra são bem mais do que 30 legendas. Nos dois países e outras tantas sociedades organizadas, é possível a quantidade gerar qualidade.
O Brasil é uma anomalia em face da atmosfera deliquente em que se transformou a política, espaço de espertalhões que justificam as poucas exceções militando na atividade. Pior para o Brasil. Pior ainda para seu povo, ignorado e ignorante.
PRIMEIRA PÁGINA

REGA-BOFE – É nesta quarta-feira o jantar de adesão à candidatura da ex-prefeita de Mossoró e candidata ao Senado, médica Rosalba Ciarlini. O evento acontece no Sesc, com expectativa de cerca de 2 a 2,5 mil pessoas dizendo vivas à ex-prefeita. Bem ao estilo carnaval fora de época, não faltam “comissários” mobilizando o público na venda de senhas, à R$ 50,00 per capita. O rega-bofe ocorre às 19h.

MEDIADOR – O candidato a deputado federal João Maia (PL) tem sido o mediador na crise de bastidores envolvendo o presidente da Codern e vereador licenciado Renato Fernandes e a suplente Cícera Nogueira (PSB). O cerne do desentendimento é o rol de cargos na Câmara de Mossoró, que Renato se recusa a abrir vagas para completa ocupação por indicados por Cícera, a “Tia Ciça”.

CANSEIRA – Dirigente máximo do PMDB no RN, o deputado federal Henrique Alves começou a dar nova canseira nos filiados e militantes mossoroenses. O Diretório Municipal está funcionando com comissão provisória desde junho do ano passado. Cá para nós: o banho-maria faz sentido. Pelo visto, o diretório peemedebista passará pelo crivo de outra banda do clã Rosado, o grupo do ex-deputado estadual e marido de Rosalba Ciarlini, Carlos Augusto (PFL).

MÚSICA – Se é para ficar à altura, a oposição estadual não terá problemas quanto ao quesito animação musical. Se pros lados do PSDB existe o candidato-cantor Luiz Almir, na aliança PMDB/PFL/PP há um antídoto em dose dupla. O deputado federal Betinho Rosado (PFL) é ás no violão e uma boa MPB, enquanto o candidato a deputado estadual e marido da prefeita Fafá Rosado (PFL), médico Leonardo da Vinci (PFL), poderá atacar com os sucessos da Jovem Guarda. Afinal de contas, Leonardo é o líder-band do grupo “Os tremendões”.

PESQUISA – Com o final da Copa do Mundo – pelo menos para os “amarelados” da seleção do Brasil – as pesquisas de opinião quanto à intenção de votos do eleitorado estão de volta. Pelo menos para “consumo interno”, como costumam pomposamente adiantar os marqueteiros. “Eles recomendam que não se faça pesquisa nesse período de Copa do Mundo, quando o povo está completamente desligado e só está voltado para a disputa”, comentou com este Blog o ex-deputado Carlos Augusto.

LDO – A Assembléia Legislativa reúne-se hoje em mais uma sessão, para apreciar o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do exercício 2007. É possível que ocorra votação, ficando esse procedimento para amanhã, em face da existência de algumas emendas em tramitação

INTERMEDIANDO – Mestre na arte de costurar apoios políticos, conversar ao pé da orelha e juntar amigos, o candidato a vice-governador na chapa Wilma de Faria (PSB), deputado federal Iberê Ferreira (PSB), é a “ponte da amizade” construída para o armistício entre dois nomes de peso do governismo. O deputado estadual Robinson Faria (PMN) e o senador Fernando Bezerra (PTB) foram contatados por Iberê. A alguns interlocutores, Iberê tem reiterado que acredita num pleno apoio do PMN a Fernando.

GERAIS

- Vai aí uma “dica cultural” do Blog, que você pode ofertar àquela pessoa a quem você não gosta: “Formando equipes vencedoras”. O autor desse livro é o treinador de futebol Carlos Alberto Parreira. Faça bom proveito, antes que as traças cheguem.
- Por iniciativa da própria Editora Siciliano, que detém livraria com esse mesmo nome na capital, a revista Papangu – editada em Mossoró com conteúdo de humor e cultura – passa a integrar seu rol de parcerias. É sempre assim por aqui: lá fora se enxerga melhor o que de bom se faz em no burlesco “País de Mossoró”.
- Lembro ao webleitor que esta coluna eletrônica está sendo postada diariamente em duas edições, uma matutina e outra vespertina. Acesse.
- O jornalista Diógenes Dantas afastou-se da parceria do Correio da Tarde. Ele não assina mais coluna nem dirige sua redação como ocorria desde o nascedouro do periódico em abril deste ano. O Correio da Tarde é editado simultaneamente em Natal e Mossoró.
- Depois do Mossoró Cidade Junina, vem aí a Festa do Bode neste semi-árido mossoroense, no final do mês.
- O encalhe nas lojas, camelôs e todos os tipos de comércio, com produtos alusivos ao nada patriótico selecionado brasileiro, chega a ser acachapante. Tão demolidor quanto o 0 x 1 da França.
- Por falar em Seleção, quem assistiu Alemanha e Itália ontem, mesmo não entendendo de futebol, deu para compreender o que é fibra, atitude, determinação, raça, vontade, espírito de grupo, honradez. Nenhuma dessas definições bate com o selecionado brasileiro que foi desclassificado. Ainda falta muito para sermos uma raça. O que existe é um genérico de civilização que só se encontra em Copa do Mundo.
- Obrigado ao crítico de cinema, Valério Andrade; advogado e professor David Leite; editor cultural Gustavo Luz e o colunista-advogado Erasmo Carlos pelo acesso diário a este Blog.

SÓ PRA CONTRARIAR
Torcer por Felipão é aprimorar a carência de ídolos e paradigmas que o Brasil já revela há décadas em todos os níveis da vida nacional.

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Comunicado final deste Blog Jornalístico

A partir de hoje, um novo endereço na Internet responde pelo trabalho jornalístico que procuro desenvolver neste universo virtual. Depois de...