O cangaceiro Medeirinhos
Volto a Mossoró e me deparo com Francisco Honório de Medeiros Filho no Cangaço. Parceiro de Kidelmir, Cecília, Paulo Gastão e outros cangaceiros e coiteiros. Não me surpreende. A Turma do Patamar de São Vicente, embora orgulhosa de Seu Manoel Duarte e da torre da igreja crivada de balas, sempre nutriu certa identidade com os cangaceiros. Nas profanações à sacristia, roubando hóstias de Pe. Sátiro, desafiando Clodoaldo e Major Bezerra ou mesmo trocando tapas com os meninos do Rabo-da-Gata.
De linhagem e porte fidalgos, Chico nunca foi dos mais endiabrados. Como Ricardo Pinto, originalmente do bando da Praça da Cadeia, mas com incursões constantes ao universo do Patamar, a ponto de ser um dos nossos. Ou Marcos Porto, que era um cangaceiro pop e vanguardista, uma espécie de Zé Limeira da São Vicente. Ambos de comportamentos imprevisíveis, fosse no futebol, fosse na bandeirinha, no jogo de dupla ou nas conversas noturnas ao som das corujas brancas e dos morcegos rasantes. Mas, como todos nós, Medeirinhos tinha seus rompantes de crueldade em brigas de tirar sangue no adversário. Portanto, mesmo sendo um Fernandes Sena tradicional e letrado, era um cangaceiro que todos respeitávamos e não ousávamos atiçar sua ira incontrolável.
Foi-me natural, portanto, vê-lo integrado ao bando novo formado em Mossoró. Só não imaginei que levaria isso tão a sério, a ponto de se meter pelos sertões potiguares e paraibanos em busca de histórias, fotos e depoimentos sobre Massilon, o cão danado que quase infortuna a vida do coronel Rodolpho Fernandes ao convencer Lampião a atacar Mossoró. Desconfio que foi uma suspeita sobre uma paixão de Massilon pela filha do Intendente, publicada no Diário de Natal, que despertou o pesquisador. Talvez movido pela curiosidade científica mesmo, talvez movido pelo sentimento de estirpe.
De todo modo, só teremos a ganhar. Chico Filho, Medeirinhos (como ainda o chama Carlos Santos), Honório de Medeiros, só se mete empreitada para fazer bem feita.
Volto a Mossoró e me deparo com Francisco Honório de Medeiros Filho no Cangaço. Parceiro de Kidelmir, Cecília, Paulo Gastão e outros cangaceiros e coiteiros. Não me surpreende. A Turma do Patamar de São Vicente, embora orgulhosa de Seu Manoel Duarte e da torre da igreja crivada de balas, sempre nutriu certa identidade com os cangaceiros. Nas profanações à sacristia, roubando hóstias de Pe. Sátiro, desafiando Clodoaldo e Major Bezerra ou mesmo trocando tapas com os meninos do Rabo-da-Gata.
De linhagem e porte fidalgos, Chico nunca foi dos mais endiabrados. Como Ricardo Pinto, originalmente do bando da Praça da Cadeia, mas com incursões constantes ao universo do Patamar, a ponto de ser um dos nossos. Ou Marcos Porto, que era um cangaceiro pop e vanguardista, uma espécie de Zé Limeira da São Vicente. Ambos de comportamentos imprevisíveis, fosse no futebol, fosse na bandeirinha, no jogo de dupla ou nas conversas noturnas ao som das corujas brancas e dos morcegos rasantes. Mas, como todos nós, Medeirinhos tinha seus rompantes de crueldade em brigas de tirar sangue no adversário. Portanto, mesmo sendo um Fernandes Sena tradicional e letrado, era um cangaceiro que todos respeitávamos e não ousávamos atiçar sua ira incontrolável.
Foi-me natural, portanto, vê-lo integrado ao bando novo formado em Mossoró. Só não imaginei que levaria isso tão a sério, a ponto de se meter pelos sertões potiguares e paraibanos em busca de histórias, fotos e depoimentos sobre Massilon, o cão danado que quase infortuna a vida do coronel Rodolpho Fernandes ao convencer Lampião a atacar Mossoró. Desconfio que foi uma suspeita sobre uma paixão de Massilon pela filha do Intendente, publicada no Diário de Natal, que despertou o pesquisador. Talvez movido pela curiosidade científica mesmo, talvez movido pelo sentimento de estirpe.
De todo modo, só teremos a ganhar. Chico Filho, Medeirinhos (como ainda o chama Carlos Santos), Honório de Medeiros, só se mete empreitada para fazer bem feita.
* Jânio Rego é jornalista (Texto extraído do saite da editora "Queima Bucha")
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