Síndrome do “Conselheiro Acácio”
Quando finalmente vamos testemunhar, coletiva ou individualmente, um candidato a cargo majoritário apresentar sua primeira proposta concreta de trabalho?
Com pouco mais de 25 dias para o término da campanha, do rádio a TV, passando por comícios etc, não se aproveita quase nada do que é dito por nossos candidatos. Há um cabedal de promessas vagas, onde o genérico é a tônica e o tônico da engabelação. Mais uma.
Às vezes fico em dúvida: não sei se isso é uma estratégia ou é mesmo por falta de conteúdo. É provável que seja resultado de uma prática. Tem dado certo até hoje, por que não continuar? Apresentar propostas com começo, meio e fim para quê?
O auditório é mesclado entre o aliado remunerado, o pobre alcançado pelo clientelismo e a classe média que não está nem aí, considerando-se imune aos efeitos bons ou nefastos da escolha eleitoral. A minoria que pensa e questiona parece acabrunhada, alheia ao seu próprio destino.
Estamos na iminência de eleger quadros, numa democracia representativa, incapazes de aferirem as demandas da coletividade. Há gente bem intencionada, sim. Outros com serviço prestado, sem dúvida. Porém o comum é a indigência de idéias. Fala-se numa mesmice tautológica irritante. No popular: estão sempre entrando “num oito”.
- Eu vou lutar para trazer verbas de Brasília (...).
- A Educação não está boa. Vou trabalhar para melhorar (...).
- Vou ajudar o presidente a fazer mais pelo RN (...).
Mais oco, impossível!
Tudo isso me lembra muito certo personagem de Eça de Queiroz: o “Conselheiro Acácio”. É aquele indivíduo afetado, nariz empinado, vomitando conhecimento parco e superficial, como se fora doutor em tudo. O que se extrai de suas intervenções não dá para sair do básico, o óbvio ululante como afirmava Nelson Rodrigues.
Somos vítimas de uma legião deles, filhos naturais do Conselheiro Acácio. Lamentavelmente.
PRIMEIRA PÁGINA
LINCHAMENTO – No intuito de desmanchar as candidaturas de Wilma de Faria (PSB) e Fernando Bezerra (PTB), via denúncias, a usina de escândalos dirigidos da “Vontade Popular” esquece que o fato gerador deles nasceu em seu colo. Os ex-deputados Múcio Sá e Laíre Rosado, hoje no PSB da governadora, teriam delinqüido no exercício do mandato federal sob a legenda do PMDB. Os delitos – se comprovados - não são obra de governo e, sim, de pessoas físicas investidas em mandatos outorgados pelo povo. A sigla em exposição é a do PMDB. Há um linchamento de conotação eleitoral e, não, sob a égide da moralidade atávica.
MAIS – O ex-senador Geraldo Melo (PSDB) não baixa a guarda. Amanhã cumprirá nova programação política em solo mossoroense. Candidato ao Senado em faixa própria, Geraldo acredita que possa ser o segundo colocado na disputa em nível de Mossoró, superando os adversários em cima de colégios eleitorais de maior densidade, na Grande Natal.
COMPROMISSO - Seria interessante ouvir os candidatos a governador e ao Senado apresentando nos programas eleitorais um compromisso pelo fim do nepotismo, empreguismo e sinecura. Já imaginou se cada um assinasse compromisso por escrito em cartório, garantindo renúncia em caso de comprovação de qualquer ato dessa natureza?
GUSTAVO – O candidato a deputado estadual Gustavo Carvalho (PSB) reúne apoiadores locais e setores da imprensa em almoço daqui a pouco em Mossoró. Vou comparecer. O muro do restaurante é baixo. Vai dar para ouvir o tititi dos bastidores. Gustavo tem ampliado silenciosamente sua presença na região Oeste.
TENHA PACIÊNCIA – Uma música de péssimo gosto e letra, onde o destaque é afirmar que “ele é um tremendo tremendão”, ganha o “troféu gastura” dos jingles da campanha atual. O candidato a deputado estadual Leonardo da Vinci (PFL) poderia poupar o povo pelo menos desse mal-estar. Já ouvi outro jingle de melhor qualidade do mesmo candidato. A opção feita para os programas de TV é um convite ao vaso sanitário. Causa vômito. O trabalho é de marqueteiro ou de marreteiros?
ONTEM – Vendo o noticiário sobre o encolhe-estica do prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves (PSB), que não apóia, mas pode apoiar, quem sabe, talvez, é possível, a governadora Wilma de Faria (PSB) deve estar vendo um filme passar. O mesmo estratagema ela utilizou em algumas ocasiões, como prefeita de Natal. Parecia que ia apoiar, deixava a entender que sim, poderia até não apoiar e... Como gosto de dizer, “a história está sempre se repetindo. Às vezes mudam os personagens e seus papéis”.
GERAIS
- A Orquestra Sinfônica da Petrobras se apresenta hoje em Mossoró. Promessa de grande público a partir das 21h no Teatro Dix-huit Rosado.
- Uma apresentação do grupo juvenil Rebeldes em Fortaleza (CE) também causa frisson na garotada por aqui. É uma febre, sim.
- Obrigado à leitura deste Blog a Edmilson Júnior (TRT Assu), jornalista Gutemberg Moura (Assecom da Prefeitura de Mossoró) e médico Gustavo Helmutt (São Paulo).
SÓ PRA CONTRARIAR
Quando finalmente vamos testemunhar, coletiva ou individualmente, um candidato a cargo majoritário apresentar sua primeira proposta concreta de trabalho?
Com pouco mais de 25 dias para o término da campanha, do rádio a TV, passando por comícios etc, não se aproveita quase nada do que é dito por nossos candidatos. Há um cabedal de promessas vagas, onde o genérico é a tônica e o tônico da engabelação. Mais uma.
Às vezes fico em dúvida: não sei se isso é uma estratégia ou é mesmo por falta de conteúdo. É provável que seja resultado de uma prática. Tem dado certo até hoje, por que não continuar? Apresentar propostas com começo, meio e fim para quê?
O auditório é mesclado entre o aliado remunerado, o pobre alcançado pelo clientelismo e a classe média que não está nem aí, considerando-se imune aos efeitos bons ou nefastos da escolha eleitoral. A minoria que pensa e questiona parece acabrunhada, alheia ao seu próprio destino.
Estamos na iminência de eleger quadros, numa democracia representativa, incapazes de aferirem as demandas da coletividade. Há gente bem intencionada, sim. Outros com serviço prestado, sem dúvida. Porém o comum é a indigência de idéias. Fala-se numa mesmice tautológica irritante. No popular: estão sempre entrando “num oito”.
- Eu vou lutar para trazer verbas de Brasília (...).
- A Educação não está boa. Vou trabalhar para melhorar (...).
- Vou ajudar o presidente a fazer mais pelo RN (...).
Mais oco, impossível!
Tudo isso me lembra muito certo personagem de Eça de Queiroz: o “Conselheiro Acácio”. É aquele indivíduo afetado, nariz empinado, vomitando conhecimento parco e superficial, como se fora doutor em tudo. O que se extrai de suas intervenções não dá para sair do básico, o óbvio ululante como afirmava Nelson Rodrigues.
Somos vítimas de uma legião deles, filhos naturais do Conselheiro Acácio. Lamentavelmente.
PRIMEIRA PÁGINA
LINCHAMENTO – No intuito de desmanchar as candidaturas de Wilma de Faria (PSB) e Fernando Bezerra (PTB), via denúncias, a usina de escândalos dirigidos da “Vontade Popular” esquece que o fato gerador deles nasceu em seu colo. Os ex-deputados Múcio Sá e Laíre Rosado, hoje no PSB da governadora, teriam delinqüido no exercício do mandato federal sob a legenda do PMDB. Os delitos – se comprovados - não são obra de governo e, sim, de pessoas físicas investidas em mandatos outorgados pelo povo. A sigla em exposição é a do PMDB. Há um linchamento de conotação eleitoral e, não, sob a égide da moralidade atávica.
MAIS – O ex-senador Geraldo Melo (PSDB) não baixa a guarda. Amanhã cumprirá nova programação política em solo mossoroense. Candidato ao Senado em faixa própria, Geraldo acredita que possa ser o segundo colocado na disputa em nível de Mossoró, superando os adversários em cima de colégios eleitorais de maior densidade, na Grande Natal.
COMPROMISSO - Seria interessante ouvir os candidatos a governador e ao Senado apresentando nos programas eleitorais um compromisso pelo fim do nepotismo, empreguismo e sinecura. Já imaginou se cada um assinasse compromisso por escrito em cartório, garantindo renúncia em caso de comprovação de qualquer ato dessa natureza?
GUSTAVO – O candidato a deputado estadual Gustavo Carvalho (PSB) reúne apoiadores locais e setores da imprensa em almoço daqui a pouco em Mossoró. Vou comparecer. O muro do restaurante é baixo. Vai dar para ouvir o tititi dos bastidores. Gustavo tem ampliado silenciosamente sua presença na região Oeste.
TENHA PACIÊNCIA – Uma música de péssimo gosto e letra, onde o destaque é afirmar que “ele é um tremendo tremendão”, ganha o “troféu gastura” dos jingles da campanha atual. O candidato a deputado estadual Leonardo da Vinci (PFL) poderia poupar o povo pelo menos desse mal-estar. Já ouvi outro jingle de melhor qualidade do mesmo candidato. A opção feita para os programas de TV é um convite ao vaso sanitário. Causa vômito. O trabalho é de marqueteiro ou de marreteiros?
ONTEM – Vendo o noticiário sobre o encolhe-estica do prefeito de Parnamirim, Agnelo Alves (PSB), que não apóia, mas pode apoiar, quem sabe, talvez, é possível, a governadora Wilma de Faria (PSB) deve estar vendo um filme passar. O mesmo estratagema ela utilizou em algumas ocasiões, como prefeita de Natal. Parecia que ia apoiar, deixava a entender que sim, poderia até não apoiar e... Como gosto de dizer, “a história está sempre se repetindo. Às vezes mudam os personagens e seus papéis”.
GERAIS
- A Orquestra Sinfônica da Petrobras se apresenta hoje em Mossoró. Promessa de grande público a partir das 21h no Teatro Dix-huit Rosado.
- Uma apresentação do grupo juvenil Rebeldes em Fortaleza (CE) também causa frisson na garotada por aqui. É uma febre, sim.
- Obrigado à leitura deste Blog a Edmilson Júnior (TRT Assu), jornalista Gutemberg Moura (Assecom da Prefeitura de Mossoró) e médico Gustavo Helmutt (São Paulo).
SÓ PRA CONTRARIAR
Com a fama que vem ganhando por aqui, a revista IstoÉ bem que poderia se chamar “Isto não É assim”.
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