Federação, Nordeste e pacto
Governadores nordestinos reúnem-se em Natal e pouco ou nada transpira do encontro, a ensejar esperança de dias melhores especialmente para o RN.
Isoladamente, os governadores podem pouco. No caso do RN, onde há uma baixa representatividade congressual, apenas oito deputados federais e três senadores (número igual para todos os estados), o poder político é ainda menor.
Não pode ser levado a sério, nesse contexto, qualquer documento assinado pelos signatários do encontro ou entrevistas e discursos ocos. Veja por exemplo o manchetão de um jornal da capital, hoje: “Governador de Pernambuco apóia aeroporto de São Gonçalo”. Brincadeira que a imprensa inocentemente participa. Com raras exceções.
No trato das relações de poder numa organização moderna, conhecida como Estado, uma República Federativa como o Brasil tem territórios de autonomia pífia. Cada governante procura nos limites que a lei permite, em verdadeiras guerras de bastidores, fortalecer o seu.
Claro que o governador de Pernambuco não apóia aeroporto no RN. Ele foi eleito pelos pernambucanos para gerir as aspirações de Pernambuco. O que poderia ocorrer numa situação à parte, era uma troca de interesses, verdadeiro escambo político-administrativo, em que PE levasse vantagem em algo.
Sem a compreensão científica até do que seja Estado, Estado Federal e Estado Federado, é difícil acompanhar esse jogo onde o que mais se evidencia é o faz-de-conta. Velhas raposas da política, os governadores levam com a barriga os mais delicados problemas do Nordeste. Sem um pacto sério entre eles e que influencie suas bancadas, teremos reuniões apenas para encher de coisa alguma o noticiário político.
É no Congresso Nacional onde ocorre o mais importante duelo, o jogo de interesses que afeta a vida nos estados federados. Se por lá prevalece o lobby de grupos e a barganha do toma-lá-dá-cá, não será com esse encontro regado a chá e água mineral que a vida nordestina será modificada.
O cenário descrito por José Américo em “A Bagaceira” ou Graciliano Ramos em “Vidas Secas”, não mudou muito do século passado para hoje. A maior pobreza não é da terra, é da gente. Somos antes de tudo um fóssil e não “um forte”, como definiu Euclides da Cunha.
PRIMEIRA PÁGINA
LONGE – A Câmara Municipal de Mossoró, que é disparadamente a de menor produção do legislativo nas últimas décadas, não envia sequer um representante para reunião do Fórum Permanente da Saúde que se reúne numa sala no Museu Municipal mensalmente. Esta semana, a prefeitura mandou dois representantes, mas que saíram do encontro por não aceitarem críticas e sugestões. Bateram a porta da sala com vigor, de modo deselegante. Mas a imprensa local não viu, não ouviu e não falou nada.
O NOME – A Segurança Pública só não será do atual superintendente da Polícia Federal no RN, Fernando Ayres, se ele não quiser. Pelo que soube de fonte credenciada, o jovem e competente foi sondado para substituir a interina Karina Dantas.
IMPACTO – A governadora Wilma de Faria (PSB) não anunciou seu novo secretariado até o momento por dois motivos: precisa do endosso da Assembléia Legislativa às mudanças em que aparecem novas pastas e porque simplesmente não montou nominalmente o time. Um interesse da governadora é apresentar pelo menos uma novidade de impacto, que galvanize apoio prévio da sociedade e, em especial, mídia e formadores de opinião. As primeiras tentativas nos bastidores falharam.
QUE COISA! – Numa animada confraternização de final de ano, um dos circunstantes resolve pegar o microfone. Em meio ao discurso ufanista, convoca: “Agora vamos beber, comer e se prostituir”. (sic) Outro irmão saiu em socorro e resolveu ensaiar músicas para a campanha de 2008, como se nada tivesse acontecido, atentando contra os bons costumes e a ética. Decifra-me ou te devoro.
GERAIS
- O juiz Rosivaldo Toscano, da 2ª Vara Criminal de Mossoró, foi convidado para compor a equipe direta do recém-empossado desembargador presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), Osvaldo Soares.
- Uma grande empresa mineira, que trabalha para a Petrobras, está se instalando na região. Toda sua estrutura poderá ser montada em Serra do Mel, onde o ISS cobrado é de 2%, ao contrário dos 5% em Mossoró. Outras firmas estudam igual endereço, pelo mesmo motivo.
- Todos os vivas do mundo à jornalista Larissa Newton, da equipe da TCM, que aniversaria hoje.
- Difícil mesmo o trabalho de postagem de matérias no Blog. Problemas com Internet à Raiva e vírus. Esta coluna está entrando com mais de uma hora de atraso.
- A indústria da droga em Mossoró criou um plus, atração adicional para “bombar” o crack (como se tudo fosse pouco) para sua clientela. Vem adicionando pó de mármore à pedrinha, causando estrago ainda maior, como a silicose, uma doença que degenera pulmões rapidamente.
- Quem está de férias em Mossoró é o engenheiro Max Rodrigues, filho do médico Luis Mendonça. Max atua na poderosa Nokia na Alemanha.
- Obrigado à leitura deste Blog a Ivana Linhares, Cely Melo e Orlando Ribas (Miami-EUA).
SÓ PRA CONTRARIAR
A ausência da ministra Dilma Roussef foi mais mais sentida ou ressentida?
Governadores nordestinos reúnem-se em Natal e pouco ou nada transpira do encontro, a ensejar esperança de dias melhores especialmente para o RN.
Isoladamente, os governadores podem pouco. No caso do RN, onde há uma baixa representatividade congressual, apenas oito deputados federais e três senadores (número igual para todos os estados), o poder político é ainda menor.
Não pode ser levado a sério, nesse contexto, qualquer documento assinado pelos signatários do encontro ou entrevistas e discursos ocos. Veja por exemplo o manchetão de um jornal da capital, hoje: “Governador de Pernambuco apóia aeroporto de São Gonçalo”. Brincadeira que a imprensa inocentemente participa. Com raras exceções.
No trato das relações de poder numa organização moderna, conhecida como Estado, uma República Federativa como o Brasil tem territórios de autonomia pífia. Cada governante procura nos limites que a lei permite, em verdadeiras guerras de bastidores, fortalecer o seu.
Claro que o governador de Pernambuco não apóia aeroporto no RN. Ele foi eleito pelos pernambucanos para gerir as aspirações de Pernambuco. O que poderia ocorrer numa situação à parte, era uma troca de interesses, verdadeiro escambo político-administrativo, em que PE levasse vantagem em algo.
Sem a compreensão científica até do que seja Estado, Estado Federal e Estado Federado, é difícil acompanhar esse jogo onde o que mais se evidencia é o faz-de-conta. Velhas raposas da política, os governadores levam com a barriga os mais delicados problemas do Nordeste. Sem um pacto sério entre eles e que influencie suas bancadas, teremos reuniões apenas para encher de coisa alguma o noticiário político.
É no Congresso Nacional onde ocorre o mais importante duelo, o jogo de interesses que afeta a vida nos estados federados. Se por lá prevalece o lobby de grupos e a barganha do toma-lá-dá-cá, não será com esse encontro regado a chá e água mineral que a vida nordestina será modificada.
O cenário descrito por José Américo em “A Bagaceira” ou Graciliano Ramos em “Vidas Secas”, não mudou muito do século passado para hoje. A maior pobreza não é da terra, é da gente. Somos antes de tudo um fóssil e não “um forte”, como definiu Euclides da Cunha.
PRIMEIRA PÁGINA
LONGE – A Câmara Municipal de Mossoró, que é disparadamente a de menor produção do legislativo nas últimas décadas, não envia sequer um representante para reunião do Fórum Permanente da Saúde que se reúne numa sala no Museu Municipal mensalmente. Esta semana, a prefeitura mandou dois representantes, mas que saíram do encontro por não aceitarem críticas e sugestões. Bateram a porta da sala com vigor, de modo deselegante. Mas a imprensa local não viu, não ouviu e não falou nada.
O NOME – A Segurança Pública só não será do atual superintendente da Polícia Federal no RN, Fernando Ayres, se ele não quiser. Pelo que soube de fonte credenciada, o jovem e competente foi sondado para substituir a interina Karina Dantas.
IMPACTO – A governadora Wilma de Faria (PSB) não anunciou seu novo secretariado até o momento por dois motivos: precisa do endosso da Assembléia Legislativa às mudanças em que aparecem novas pastas e porque simplesmente não montou nominalmente o time. Um interesse da governadora é apresentar pelo menos uma novidade de impacto, que galvanize apoio prévio da sociedade e, em especial, mídia e formadores de opinião. As primeiras tentativas nos bastidores falharam.
QUE COISA! – Numa animada confraternização de final de ano, um dos circunstantes resolve pegar o microfone. Em meio ao discurso ufanista, convoca: “Agora vamos beber, comer e se prostituir”. (sic) Outro irmão saiu em socorro e resolveu ensaiar músicas para a campanha de 2008, como se nada tivesse acontecido, atentando contra os bons costumes e a ética. Decifra-me ou te devoro.
GERAIS
- O juiz Rosivaldo Toscano, da 2ª Vara Criminal de Mossoró, foi convidado para compor a equipe direta do recém-empossado desembargador presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), Osvaldo Soares.
- Uma grande empresa mineira, que trabalha para a Petrobras, está se instalando na região. Toda sua estrutura poderá ser montada em Serra do Mel, onde o ISS cobrado é de 2%, ao contrário dos 5% em Mossoró. Outras firmas estudam igual endereço, pelo mesmo motivo.
- Todos os vivas do mundo à jornalista Larissa Newton, da equipe da TCM, que aniversaria hoje.
- Difícil mesmo o trabalho de postagem de matérias no Blog. Problemas com Internet à Raiva e vírus. Esta coluna está entrando com mais de uma hora de atraso.
- A indústria da droga em Mossoró criou um plus, atração adicional para “bombar” o crack (como se tudo fosse pouco) para sua clientela. Vem adicionando pó de mármore à pedrinha, causando estrago ainda maior, como a silicose, uma doença que degenera pulmões rapidamente.
- Quem está de férias em Mossoró é o engenheiro Max Rodrigues, filho do médico Luis Mendonça. Max atua na poderosa Nokia na Alemanha.
- Obrigado à leitura deste Blog a Ivana Linhares, Cely Melo e Orlando Ribas (Miami-EUA).
SÓ PRA CONTRARIAR
A ausência da ministra Dilma Roussef foi mais mais sentida ou ressentida?
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