segunda-feira, janeiro 15, 2007

COLUNA DO HERZOG (Primeira Edição)

A máquina de fazer doidos e desvirtuar valores

Modelo de programa televisivo importado da Europa, onde a fórmula vitoriosa ganhou formatos diversos, o “Big Brother Brasil” continua magnetizando as atenções do público brasileiro, através da Rede Globo de Televisão. Ao contrário dos primeiros, a nova versão – me parece que a sétima – abusa da lascividade. Sexo e sexo.

Não vai daqui nenhuma lâmina de moralismo ou preconceito nas observações que faço sobre o tal “reality show”.

Para qualquer lado que fito meus olhos, a partir da internet, deparo-me com notícias e enfoques diversos sobre o programa. Impossível não cair em tentação e, zipando o controle remoto, não procurar conhecer os “heróis” da casa, como assim denomina o jornalista Pedro Bial. Ele, um homem culto e inteligente, mas transformado em obtuso mestre de cerimônia da promiscuidade.

Bebidas e sexo dão o tom da convivência na bolha virtual criada pela Rede Globo, onde todas as facetas do caráter humano são desnudadas. Ao contrário do que imagina a maioria dos telespectadores, nenhum dos participantes está ali por acaso, resultado de sorteios etc. São milimetricamente escolhidos. Corpos e testosterona são pesados para que o resultado final açule a massa a gerar picos de audiência.

Lamentavelmente, a TV – que é uma concessão pública – contribui para desfigurar valores e impor referências, sem respeitar costumes de um país-continente e multicultural.

A adolescente afeita a boates e festas com música eletrônica, no Rio, absorve o conteúdo do Big Brother com “naturalidade” e o mesmo desassombro com que usa (às vezes) uma camisinha. O mesmo não se pode dizer da puberdade sertaneja, num rincão do Nordeste ou igarapé amazônico.

Sem critério seletivo, a TV empurra sua própria identidade de massa e conceitos quanto à felicidade, amor, ética e honra sem se preocupar com o resultado de tamanha política ditatorial. O que sobra do Big Brother, ao final, não é apenas um anônimo se transformando em milionário e estrela popular, uma TV abarrotada de mais dinheiro e anunciantes satisfeitos com vendas de seus produtos.

O efeito colateral atinge um universo incomensurável de pessoas, incapazes de separar joio do trigo. A permissividade, o diálogo chulo e a idéia de uma sociedade hedonista (doutrina que prega prazer individual e imediato como objetivo de vida) mexem com a moral de um povo, sem qualquer filtragem.

O cronista carioca Sérgio Porto, o “Stanislaw Ponte Preta”, entre as muitas frases geniais que criou, além dos seus personagens, definiu a TV como “uma máquina de fazer doidos”. Olha que ele não chegou a conhecer o BBB.

PRIMEIRA PÁGINA

CERCO – Como noticiei em matérias abaixo desta coluna, a briga pela ocupação da Fundação José Augusto (FJA) não tem fronteiras e muito menos limites. Mas eu não apostaria que os “métodos não-republicanos” assumidos pelo PT, como comentou o médico Ruy Pereira, ex-secretário de Saúde do RN, possam prevalecer. Talvez o partido esteja outra vez metendo os pés pelas mãos, botando a caçada a perder. Anote, por favor.

CEDO – Na festa de aniversário onde estavam os chiques e famosos (ah, os colunistas sociais adoram!), em Jacumã, no sábado, a governadora Wilma de Faria (PSB) evitou circular muito. Pelo que ouvi (visto que não sou chique nem famoso para estar por lá), ela saiu mais cedo do que a maioria dos presentes à festa de Ezequiel Ferreira de Souza. Não deu trela aos mais afoitos por notícias sobre secretariado. Hoje, Wilma viaja às Oropas, voltando em pouco mais de dez dias.

TROCO – A migração do deputado federal não-reeleito Betinho Rosado (PFL) para O PMDB está no forno. Betinho está na expectativa de que o PT eleja Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara Federal. Depois, espera que o deputado Henrique Alves (PMDB) seja feito ministro do presidente Lula, para assim assumir cadeira novamente na câmara, como suplente. Em Brasília, Betinho faria inscrição no PMDB. Seria ao mesmo tempo um troco ao senador José Agripino (PFL), que elegeu o filho Felipe Maia (PFL) deputado federal, com mais de 9 mil votos obtidos em Mossoró, principal base de Betinho.

CHURRASCO – Filho do industrial do sal Tarcísio Rosado, “Marquinhos Churrasco” está sendo tentado a ser candidato a prefeito em Baraúna, onde tem fincado alguns negócios. A conversa começa a ganhar corpo nos intramuros da política baraunense.

GERAIS

- O fotógrafo Robson Carvalho está produzindo book de verão no litoral da Costa Branca. As interessadas, especialmente, podem fazer contato por este fone: 8802-8948.
- A Universidade Potiguar está há poucas semanas de inaugurar o primeiro módulo do seu campus em Mossoró, no prolongamento da Avenida João da Escóssia (Nova Betânia), após a Avenida do Contorno. Até aí, tudo bem. Acontece, que uma obra necessária de viaduto - ou outro equipamento viário - não foi feita. Teremos uma verdadeira roleta-russa em funcionamento. Só caminhões pesados, no trecho, há estimativa de passagem de mais de 400 por dia. Deus nos proteja.
- Há poucas semanas, um perigoso bandido preso em Mossoró foi flagrado folheando revista sobre o segmento empresarial do RN, em que grifava possíveis vítimas. A inteligência da polícia do Estado foi informada sobre o caso. Quem gosta de aparecer com pose de riquinho (mesmo não tendo uma pataca no bolso) que se cuide. Quanto mais “aparício”, pior.
- O mais importante e influente jornal impresso da Região Central, com circulação também no Vale do Assu, o “Jornal Central”, está com arrojado projeto de expansão. O jornalista Aclecivam Soares dinamiza-o e ano a ano o consolida como porta-voz da sociedade desse setor do RN.
- Obrigado à leitura deste Blog à nutricionista Jarda Jacinta, vereadora Izabel Montenegro e ao jornalista Fábio Oliveira

SÓ PRA CONTRARIAR

Por que o PT não luta pela Secretaria da Educação do RN?

2 comentários:

Anônimo disse...

Excelente artigo, Carlos. Infelizmente não é possível enxergar naquela Sodoma e Gomorra global um resquício sequer de incentivo à moralidade e aprendizagem cultural. É um segmento da mídia deseducando a população. E o pior, é o povo gastar milhares de reais com ligação telefônica, para emparedar A ou B.

Anônimo disse...

O texto "A máquina de fazer doidos e desvirtuar valores" foi uma dose de lucidez no âmago da nossa alienada sociedade. Só mesmo um indivíduo com uma mente pequena e sem objetividade intelectual para apreciar os "heróis" que o Big Brother cria. Ou será que sou eu que sou louco numa terra de gênios. Parabéns.

Fábio Lúcio
Prof. Economia / UERN

Comunicado final deste Blog Jornalístico

A partir de hoje, um novo endereço na Internet responde pelo trabalho jornalístico que procuro desenvolver neste universo virtual. Depois de...