Time de várzea
Converso com alguns interlocutores da frente de apoio à governadora Wilma de Faria (PSB) em Mossoró, que reune siglas como PSB, PL, PT e PC do B, sobre composições, nomes, estratégias e conjuntura política.
O pensamento refletido é de que existe possibilidade de se emplacar chapa viável à Prefeitura de Mossoró, sem a manjada “tabelinha” entre Rosados do A e do B. Ao mesmo tempo, ninguém despreza a força do rosadismo, grupo da deputada federal Sandra Rosado (PSB). Afinal de contas, ele é oposicionista no plano local.
Olha, meu pensamento sobre o tema tenho expressado aqui, na TV, rádio e jornais há muito tempo. Primeiro de tudo, uma constatação: não há oposição em nível de política mossoroense. Temos um modelo oligárquico, inoculado nos vários quadrantes do município, aparelhando há décadas organizações públicas, privadas e sociais. Tudo a serviço dos seus interesses.
A oposição não se encorpa, porque em sua maioria não passa de apêndice dos grupos tradicionais, que transformaram a política num meio de vida, numa atividade profissional, exercida 24 horas/dia. A tese de que o povo não sabe votar, numa avaliação fria, cai por terra em se estudando o que ocorre em Mossoró.
O eleitor tem feito escolhas entre uma banda dos Rosados e outra, não levando em conta qualquer espectro de terceira força. E por que isso acontece? Porque não existe oposição de verdade ou liderança emergente. As poucas que pululam por aqui são cooptadas ou demolidas. O comodismo assola letargicamente a maioria.
A oposição, em especial a chamada esquerda, age como time de várzea. Passa três anos e meio trocando figurinhas com os donos do poder e, em cima da hora, aparece querendo “dar férias aos Rosados” em cada campanha municipal. Puro jogo de cena, sofisma e pantomima.
Enquanto os Rosados tratam a política com visão de Estado, profissionalmente, a falada oposição se junta às pressas à beira do gramado, faltando poucos minutos para o “jogo”, sem saber com quem contará à disputa. Fica em dúvida quanto à formação do ataque, defesa e meio de campo, além de se embaraçar na distribuição das chuteiras, meiões e camisas.
Por força de tanto amadorismo, é que o povo – acertadamente - consagra a cada quatro anos um nome tradicional para administrar Mossoró. Sob essa ótica, vota - corretamente - na tradição, em vez de genéricos de qualidade duvidosa.
Política não é futebol de várzea. Para profissionalismo só há um antídoto: mais profissionalismo.
PRIMEIRA PÁGINA
MUDANÇAS – Com uma receita/ano na casa de R$ 1 bilhão, o Sebrae deverá passar por profundas mudanças. A Presidência Executiva não terá mais Paulo Okamoto, aquele amigão do presidente Lula. Na Presidência do Conselho Diretor, Armando Monteiro também não emplacará outro mandato. Em nível do RN, os reflexos das alterações lá em cima também serão sentidos. Há uma briga silenciosa, mas titânica, pelos postos-chaves dessa instituição.
WILMA – A governadora Wilma de Faria concede entrevista coletiva hoje às 16h30 no auditório da Governadoria em Natal. Ela fará um balanço de sua viagem a Brasília, quando esteve demoradamente com o presidente Lula. Certamente, ótima oportunidade para que a imprensa encontre brecha para falar sobre composição de secretariado, política de alianças e projetos administrativos à nova gestão.
CLÁUDIA – Encontro a vice-prefeita de Mossoró, Cláudia Regina (PFL), em conversa com o exonerado gerente executivo da Juventude, Alexandre Capistrano (PFL). Ouvindo-a sobre o quadro político pós-eleição e já com vistas a 2008, a vice é escorregadia e misteriosa. Exercita a arte da oscilação entre o silêncio e a parcimônia no uso das palavras. “Tem muita coisa para acontecer, sem dúvidas”, solta com ar de alquimista no movediço terreno da política mossoroense. Nas eleições deste ano, Cláudia apoiou Felipe Maia (PFL) à Câmara Federal e Ruth Ciarlini (PFL) a deputado estadual, além de Rosalba Ciarlini (PFL) ao Senado e Garibaldi Filho (PMDB) ao governo. Durante a campanha, enfrentou sérios entrechoques com partidários diretos da prefeita Fafá Rosado (PFL). Até hoje, ambas coabitam o poder com reservas uma da outra.
SUPERINTENDÊNCIAS – É sempre oportuno perguntar se a governadora Wilma de Faria sepultou a idéia de criar superintendências regionais, para descentralizar poder e dar maior agilidade as decisões. Em campanha para o primeiro governo, em 2002, a proposta era um dos pontos basilares nos discursos no interior. Passados quase quatro ano, pura amnésia. A essência do projeto é boa e pode representar no serviço público o que ocorre nas modernas e sólidas corporações privadas no mundo capitalista.
GERAIS
- Recebo um e-mail que resume bem a visão sobre o primitivismo sócio-politico em que estamos metidos. É do médico e professor da UFRN Edílson Pinto: “Acabo de ler no seu Blog, com tristeza, a demissão do poeta e amigo Marcos Ferreira (Prefeitura de Mossoró). E neste momento, só me vem a cabeça a frase de Platão, no seu livro VII da República: 'Quem poderá libertar os prisioneiros da caverna?'. Quem? Um forte abraço!”
- Será aberto hoje às 19h na Estação das Artes Eliseu Ventania, o II Congresso Eucarístico Diocesano, que ocorrerá até domingo próximo em Mossoró.
- Imperdível o espetáculo musical “Encantos & e Encontros” às 21h, no Teatro Dix-huit Rosado. Uma ode, também, ao professor José Maurício, falecido este ano, um dos idealizadores da atração da noite, o Grupo Vina. Um curso em horário similiar me afasta da atração.
- O grupo do empresário Felinto Rodrigues ultima preparativos para lançar sua mais nova marca radiofônica, uma nova emissora de Freqüência Modulada (FM). Já tem destaque nesse cenário, o prefixo da FM 98 na capital.
- O ex-secretário de Estado Manoel Pereira aportou ontem em Mossoró. Cumpriu missão administrativa no âmbito da Universidade Potiguar (UNP), onde é um de seus principais dirigentes.
- Obrigado à leitura diária deste Blog a Robério Souza (Fortaleza-CE), Francisco Wellington Córdoba (Maceió-AL) e Irene Cruz (Parnaíba-PI).
SÓ PRA CONTRARIAR
O PSB é o partido da moda no RN
Converso com alguns interlocutores da frente de apoio à governadora Wilma de Faria (PSB) em Mossoró, que reune siglas como PSB, PL, PT e PC do B, sobre composições, nomes, estratégias e conjuntura política.
O pensamento refletido é de que existe possibilidade de se emplacar chapa viável à Prefeitura de Mossoró, sem a manjada “tabelinha” entre Rosados do A e do B. Ao mesmo tempo, ninguém despreza a força do rosadismo, grupo da deputada federal Sandra Rosado (PSB). Afinal de contas, ele é oposicionista no plano local.
Olha, meu pensamento sobre o tema tenho expressado aqui, na TV, rádio e jornais há muito tempo. Primeiro de tudo, uma constatação: não há oposição em nível de política mossoroense. Temos um modelo oligárquico, inoculado nos vários quadrantes do município, aparelhando há décadas organizações públicas, privadas e sociais. Tudo a serviço dos seus interesses.
A oposição não se encorpa, porque em sua maioria não passa de apêndice dos grupos tradicionais, que transformaram a política num meio de vida, numa atividade profissional, exercida 24 horas/dia. A tese de que o povo não sabe votar, numa avaliação fria, cai por terra em se estudando o que ocorre em Mossoró.
O eleitor tem feito escolhas entre uma banda dos Rosados e outra, não levando em conta qualquer espectro de terceira força. E por que isso acontece? Porque não existe oposição de verdade ou liderança emergente. As poucas que pululam por aqui são cooptadas ou demolidas. O comodismo assola letargicamente a maioria.
A oposição, em especial a chamada esquerda, age como time de várzea. Passa três anos e meio trocando figurinhas com os donos do poder e, em cima da hora, aparece querendo “dar férias aos Rosados” em cada campanha municipal. Puro jogo de cena, sofisma e pantomima.
Enquanto os Rosados tratam a política com visão de Estado, profissionalmente, a falada oposição se junta às pressas à beira do gramado, faltando poucos minutos para o “jogo”, sem saber com quem contará à disputa. Fica em dúvida quanto à formação do ataque, defesa e meio de campo, além de se embaraçar na distribuição das chuteiras, meiões e camisas.
Por força de tanto amadorismo, é que o povo – acertadamente - consagra a cada quatro anos um nome tradicional para administrar Mossoró. Sob essa ótica, vota - corretamente - na tradição, em vez de genéricos de qualidade duvidosa.
Política não é futebol de várzea. Para profissionalismo só há um antídoto: mais profissionalismo.
PRIMEIRA PÁGINA
MUDANÇAS – Com uma receita/ano na casa de R$ 1 bilhão, o Sebrae deverá passar por profundas mudanças. A Presidência Executiva não terá mais Paulo Okamoto, aquele amigão do presidente Lula. Na Presidência do Conselho Diretor, Armando Monteiro também não emplacará outro mandato. Em nível do RN, os reflexos das alterações lá em cima também serão sentidos. Há uma briga silenciosa, mas titânica, pelos postos-chaves dessa instituição.
WILMA – A governadora Wilma de Faria concede entrevista coletiva hoje às 16h30 no auditório da Governadoria em Natal. Ela fará um balanço de sua viagem a Brasília, quando esteve demoradamente com o presidente Lula. Certamente, ótima oportunidade para que a imprensa encontre brecha para falar sobre composição de secretariado, política de alianças e projetos administrativos à nova gestão.
CLÁUDIA – Encontro a vice-prefeita de Mossoró, Cláudia Regina (PFL), em conversa com o exonerado gerente executivo da Juventude, Alexandre Capistrano (PFL). Ouvindo-a sobre o quadro político pós-eleição e já com vistas a 2008, a vice é escorregadia e misteriosa. Exercita a arte da oscilação entre o silêncio e a parcimônia no uso das palavras. “Tem muita coisa para acontecer, sem dúvidas”, solta com ar de alquimista no movediço terreno da política mossoroense. Nas eleições deste ano, Cláudia apoiou Felipe Maia (PFL) à Câmara Federal e Ruth Ciarlini (PFL) a deputado estadual, além de Rosalba Ciarlini (PFL) ao Senado e Garibaldi Filho (PMDB) ao governo. Durante a campanha, enfrentou sérios entrechoques com partidários diretos da prefeita Fafá Rosado (PFL). Até hoje, ambas coabitam o poder com reservas uma da outra.
SUPERINTENDÊNCIAS – É sempre oportuno perguntar se a governadora Wilma de Faria sepultou a idéia de criar superintendências regionais, para descentralizar poder e dar maior agilidade as decisões. Em campanha para o primeiro governo, em 2002, a proposta era um dos pontos basilares nos discursos no interior. Passados quase quatro ano, pura amnésia. A essência do projeto é boa e pode representar no serviço público o que ocorre nas modernas e sólidas corporações privadas no mundo capitalista.
GERAIS
- Recebo um e-mail que resume bem a visão sobre o primitivismo sócio-politico em que estamos metidos. É do médico e professor da UFRN Edílson Pinto: “Acabo de ler no seu Blog, com tristeza, a demissão do poeta e amigo Marcos Ferreira (Prefeitura de Mossoró). E neste momento, só me vem a cabeça a frase de Platão, no seu livro VII da República: 'Quem poderá libertar os prisioneiros da caverna?'. Quem? Um forte abraço!”
- Será aberto hoje às 19h na Estação das Artes Eliseu Ventania, o II Congresso Eucarístico Diocesano, que ocorrerá até domingo próximo em Mossoró.
- Imperdível o espetáculo musical “Encantos & e Encontros” às 21h, no Teatro Dix-huit Rosado. Uma ode, também, ao professor José Maurício, falecido este ano, um dos idealizadores da atração da noite, o Grupo Vina. Um curso em horário similiar me afasta da atração.
- O grupo do empresário Felinto Rodrigues ultima preparativos para lançar sua mais nova marca radiofônica, uma nova emissora de Freqüência Modulada (FM). Já tem destaque nesse cenário, o prefixo da FM 98 na capital.
- O ex-secretário de Estado Manoel Pereira aportou ontem em Mossoró. Cumpriu missão administrativa no âmbito da Universidade Potiguar (UNP), onde é um de seus principais dirigentes.
- Obrigado à leitura diária deste Blog a Robério Souza (Fortaleza-CE), Francisco Wellington Córdoba (Maceió-AL) e Irene Cruz (Parnaíba-PI).
SÓ PRA CONTRARIAR
O PSB é o partido da moda no RN
2 comentários:
Prezado jornalista Carlos Santos, vez por outra você se refere a suas participações na TV, gostaria de saber em qual canal e horário se dá tais participações. Acredito que muito leitores também querem saber, para poder prestigiar. Aproveite o ensejo e informe suas participações na mídia: o canal, o horário e a frequência. Você também participa de algum programa de rádio? já o ouvi algumas vezes na Difusora, há frequencia certa ou é esporádico?
Amigo Carlos Santos que beleza o seu relato sobre tema Time de Várzea, você relatou a dura e fria realidade da Política Mossoroense.
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