segunda-feira, novembro 13, 2006

COLUNA DO HERZOG (Primeira Edição)

A escolha de Wilma

A governadora Wilma de Faria (PSB) estará recebendo outro ‘presente’ a partir de 1º de janeiro de 2007. Mas é bom que se diga: faz jus ao segundo governo estadual consecutivo conquistado nas urnas em dois turnos.

A vitória eleitoral de Wilma, numa reeleição histórica, pode ser acrescida de um governo mais ousado, técnico e moderno, se ela desafiar o primarismo da mentalidade político-administrativa em que vivemos. Há décadas que esse Estado não tem um surto de crescimento, baseado na quebra de paradigmas e banimento de velhos costumes gerenciais e politiqueiros.

Certamente, coube ao governador Aluízio Alves no início dos anos 60, a última investida no futuro, permitindo que o RN desse um passo à frente. Wilma tem em mãos a oportunidade construída nas urnas de não permitir que o governo de agora mergulhe nos escaninhos do coronelismo urbano, desprovido de sensibilidade humanística. Chega de brigas por cargos comissionados, demissão de delegado de polícia, contratos estatais para amigos e outras pandemias.

É fundamental aproveitar a oportunidade rara, de ser governo em oito anos consecutivos, sem dívidas partidárias ingentes, fazendo do RN um estado de bem-estar social, o “welfare state”. Todas as condições mínimas para isso estão à mão. Se houver vontade política, ao final desse ciclo conheceremos não apenas a política destemida, mas a gestora invulgar e revolucionária Wilma de Faria.

Para que isso seja possível, a governadora não pode dar ouvidos ao atraso. Há um rosário de apoiadores da primeira hora e oportunistas de plantão que, como sempre, querem embarcar na “nave-mãe” para a alegria dos seus projetos pessoais e de grupos. É uma manada de incapazes, que não conseguiria ter sucesso vendendo água mineral Perrier no Saara, sem a injeção financeira do poder público.

Essa gente é dispensável, visto que é obtusa e não representa os interesses do povo, por não entender o significado da expressão “espírito público”. A governadora precisa governar com os melhores. Nesse rol, nem sempre estão os amigos. Ter ao seu lado a excelência é próprio dos líderes e não dos chefes.

Um Estado moderno não é um “Leviatã”, que tudo pode e a quem todos devem reverência. Precisa representar um canal de facilidades para os excluídos e de exigências espartanas aos sabidos. Tratado como empresa, sob a exigência do lucro e consciente do seu papel social, o governo deixará de ser a “viúva” para uns e “madrasta” à maioria dos seus súditos.

A escolha é de Wilma.

PRIMEIRA PÁGINA

DEFESA – Desde sexta, 10, pousa no protocolo do Tribunal Regional Eleitoral a defesa da senadora eleita Rosalba Ciarlini (PFL) à denúncia de compra de apoio no município de Felipe Guerra, para alcance de sua vitória eleitoral. A base da blindagem que seus advogados produziram, é a simples negação de autoria do delito. O PTB, que apresentou representação, quer anulação de registro e veto à diplomação de Rosalba.

ADVOGADO – O escritório que defende os interesses do PTB e logicamente do senador Fernando Bezerra (PTB), contra a postulação de Rosalba, é um dos mais caros e conceituados do país. Atua nas áreas de Direito Privado e Público (veja matéria postada bem abaixo desta coluna, no sábado, 11). Um de seus sócios, Eduardo Ferrão, é velho amigo de Fernando Bezerra, sendo assessor jurídico da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que o senador presidiu durante bom tempo.

DIFÍCIL – A tese de que o prefeito de Parnamirim e atual presidente da Federação dos Municípios do RN (FEMUNRN), Agnelo Alves, estaria viabilizando o filho e prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, em seu lugar, carece de profundas análises. A idéia de que Carlos estaria se preparando para ser candidato a governador em 2010, via trilhos da entidade, como fez Wilma de Faria em 2002, é parcialmente correta. Carlos não tem como vice, a exemplo de Wilma, alguém em quem confie. Ele também não controla qualquer sigla e não possui a simpatia a uma eventual candidatura, sequer da sua base familiar (os Alves). Pela Femurn, o prefeito deve se habilitar muito mais a projeto a deputado federal do que a governador do RN. Anote.

PRÓPRIO – É próprio da República, muito comum nos regimes democráticos, mas precisa de um basta, a prática de se convocar nomes eleitos ao parlamento para composição de ministério-secretariado. Trai-se na essência um compromisso assumido em campanha e garantido nas urnas, com o povo. O legislador foi eleito para legislar-fiscalizar e não para ser estafeta de governo. No fundo, esse modelo de aliciamento apenas alimenta meios de atos lesivos à sociedade. O governo tem que cooptar em cima de idéias, pactos sérios e não por intermédio de empreguismo em alta escala.

GERAIS

- Tio e sobrinho, deputado Henrique Alves (PMDB) e Aluízio Neto, sócios da Newtec (sucedânea da Cabugi Tec), diligenciam para operacionalizar a empresa. Sua sede permanece na Candelária em Natal, mas terá filial em Mossoró.
- O jornalista Val Araújo, de Lagoa Nova, na Serra de Santana, também entra no universo blogueiro. Anote aí o endereço dele: http://www.blogdaserra.zip.net/.
- A Regional de Saúde de Assu será uma realidade. Amanhã o tema vai ser discutido amplamente no município.
- Obrigado à leitura deste Blog a Samuel Nário Fernandes Junior (Assu), advogado Tarcísio Jerônimo e jornalista Bosco Araújo (Diário de Natal).

SÓ PRA CONTRARIAR

O indivíduo eleito para ser deputado, antes de aceitar lugar em secretariado-ministério, por que não consulta o povo-eleitor para saber sua opinião?

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