As lições de Lula e Collor
Foi ontem no Palácio do Planalto, gabinete presidencial.
Lula abriu a porta. O senador e ex-presidente Collor de Mello (PTB) apresentou-se à sua frente. Logo esticou o braço para um aperto de mão.
Como estivesse reencontrando um velho amigo, o presidente Lula segurou a mão estendida e puxou-o para um abraço em tom fraternal.
- Collor, você se lembra da disposição dos móveis do gabinete? – perguntou Lula.
O ex-presidente não titubeou e pegou o “gancho”, intencional, da frivolidade. Lembrava sim. Sua mesa ficava no meio do gabinete. A de Lula, a quem derrotara em 1989, está do lado esquerdo de quem entra.
A cena narrada acima deveria servir à reflexão de todos, poderosos de hoje, ou ex-poderosos de ontem. Insisto em empinar uma assertiva própria do hinduísmo, como uma máxima de vida: “‘Tudo passa!”
No caso específico das relações entre Collor e Lula, Lula e Collor, não há farisaísmo, cinismo ou comportamento menor. Existe um substrato, necessário, às relações humanas, sem que isso represente nenhuma incorporação dogmática quanto à religiosidade ou pura espiritualidade.
- Presidente, a nossa relação é tão respeitosa que aproveito uma frase do senhor: vamos discutir o futuro - sugeriu Collor a Lula. E assim foi feito.
Os dois foram os principais protagonistas da campanha e eleições de 1989, a primeira livre, aberta e universal, depois de mais de 20 anos de escuridão do regime militar. Excessos, leviandades, covardias, estupidezes de parte a parte estão no rastro de ambos.
Repetindo um Miterrand ou um Lincoln, que passaram parte da vida perdendo eleições, até chegarem ao topo do poder em seus respectivos países, Lula soube abrir a porta. Collor, depois do inferno astral, não recusou o abraço. Amigos? Necessariamente não. Isso não os impede de pelo menos serem civilizados, respeitosos e superiores nos gestos.
O poder é efêmero. Os dois têm consciência disso.
Só Pra Contrariar
Tudo que sobe, desce. Na física e na vida. Elementar.
Foi ontem no Palácio do Planalto, gabinete presidencial.
Lula abriu a porta. O senador e ex-presidente Collor de Mello (PTB) apresentou-se à sua frente. Logo esticou o braço para um aperto de mão.
Como estivesse reencontrando um velho amigo, o presidente Lula segurou a mão estendida e puxou-o para um abraço em tom fraternal.
- Collor, você se lembra da disposição dos móveis do gabinete? – perguntou Lula.
O ex-presidente não titubeou e pegou o “gancho”, intencional, da frivolidade. Lembrava sim. Sua mesa ficava no meio do gabinete. A de Lula, a quem derrotara em 1989, está do lado esquerdo de quem entra.
A cena narrada acima deveria servir à reflexão de todos, poderosos de hoje, ou ex-poderosos de ontem. Insisto em empinar uma assertiva própria do hinduísmo, como uma máxima de vida: “‘Tudo passa!”
No caso específico das relações entre Collor e Lula, Lula e Collor, não há farisaísmo, cinismo ou comportamento menor. Existe um substrato, necessário, às relações humanas, sem que isso represente nenhuma incorporação dogmática quanto à religiosidade ou pura espiritualidade.
- Presidente, a nossa relação é tão respeitosa que aproveito uma frase do senhor: vamos discutir o futuro - sugeriu Collor a Lula. E assim foi feito.
Os dois foram os principais protagonistas da campanha e eleições de 1989, a primeira livre, aberta e universal, depois de mais de 20 anos de escuridão do regime militar. Excessos, leviandades, covardias, estupidezes de parte a parte estão no rastro de ambos.
Repetindo um Miterrand ou um Lincoln, que passaram parte da vida perdendo eleições, até chegarem ao topo do poder em seus respectivos países, Lula soube abrir a porta. Collor, depois do inferno astral, não recusou o abraço. Amigos? Necessariamente não. Isso não os impede de pelo menos serem civilizados, respeitosos e superiores nos gestos.
O poder é efêmero. Os dois têm consciência disso.
Só Pra Contrariar
Tudo que sobe, desce. Na física e na vida. Elementar.
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