Andando e aprendendo a andar
Este país tem jeito!
Olhando a configuração geopolítica do Brasil após as eleições, é possível enxergar um porvir. Um amanhã capaz de resgatar o discurso ufanista do “país do futuro”, mas o transformando em materialidade à maioria de sua gente.
A reeleição do presidente Lula não é exatamente essa luz, mas representa um sinalizador, de que estamos andando e aprendendo a andar, jogando e aprendendo a jogar. Com sua vitória e outros resultados, saltam diversas mensagens deixadas pelo povo nas urnas eletrônicas.
Alguns discursos exaltados pregam o caos e prevêem o apocalipse no pindorama brasilis, personificando Cassandra, a profetisa troiana da mitologia grega. Há um misto de ignorância, má-fé e ausência de espírito público na retórica dos incendiários.
Não é o fim. Não tenho essa crença. Não se trata de otimismo ou delírio.
Enxergo adiante, com base na avaliação da conjuntura e de um passado que precisa ser continuadamente estudado. Sem um volver instigante, uma viagem à própria gênese nacional, é impossível o entendimento do presente e a grande viagem ao futuro. A história, a sociologia, a política, a psicologia social e a antropologia podem nos ajudar nessa busca.
Temos uma história oficial de 506 anos, quase nada na régua do tempo, se comparada a uma civilização chinesa (coisa de 8 mil anos) e outras milenares. Nesse período, pouco nos foi dado de oportunidade para efetivamente ir e vir, pensar e agir. Do Brasil Colônia à era Lula, tivemos dois intervalos em ambientes de Estado Democrático de Direito, coisa aí de pouco mais de 42 anos. Uma ninharia, que significa menos de 10% desse enredo historiográfico.
Quando muitos falam de ética e moral, considerando que o brasileiro parecer ter ignorado esses valores abstratos, cito Maranhão e Bahia. No primeiro, a oligarquia peçonhenta dos Sarneys caiu, mesmo com Lula apoiando Roseana Sarney ao governo. Na Bahia, o “coronel” Antônio Carlos Magalhães não resistiu à mudança à esquerda.
Que autoridade essa elite quatrocentona, espoliadora, expropriadora, patrimonialista, oligárquica e cleptocrata possui para exaltar a honra e a decência? Esses, em verdade, não são bens atávicos, que a ancestralidade lhe ofertou geneticamente. A calamitosa distribuição de renda neste país é a prova cruel de que Aushewitz é aqui. Produto engendrado, maquinado e operacionalizado por essa malta engravatada e perfumada.
Se insistires na crença de que nosso povo não detém consciência, retruco-o novamente.
A massa pobre, que decidiu campanhas e ignorou a inteligência nacional, os formadores de opinião aboletados em salas com clima suíço, não desdenhou a probidade. Entretanto, fomentada pelo Bolsa-família, alertou que não está mais a fim de acatar passivamente as ordens vindas da casa grande. Quer sua parte do bolo das riquezas nacionais.
O povo, de essência boa, não abriu mão do juízo quanto às regras de conduta. Contudo, o princípio do direito à vida menos degradante e famélica, foi escalado em ponto mais alto. Não se desenha uma nova batalha entre capital e trabalho e, sim, o confronto entre o Brasil do atraso e a nação do amanhã.
PRIMEIRA PÁGINA
FÁCIL – A governadora Wilma de Faria (PSB) iniciou o seu primeiro mandato em 2003, ao governo estadual, com minoria na Assembléia Legislativa. O resultado que saiu das urnas no primeiro turno deste ano, para a sua segunda gestão estadual, mostrou equilíbrio numérico. Mas articulações que tiveram início ainda em meio à festa da vitória, no domingo, devem resultar em outra vantagem governista. As tentações são muitas. O discurso é “falta de espaço” e de prestígio na oposição. Captei.
ANIVERSÁRIO – Quem aniversaria hoje é o deputado estadual caicoense Vivaldo Costa (PL). Apesar de não ter conseguido se reeleger, Vivaldo é nome certo na próxima composição da Assembléia Legislativa, visto que ficou na primeira suplência e um titular deverá ser convocado pelo governo Wilma, para compor secretariado, abrindo espaço ao seridoense. Vivaldo comemora aniversário de um jeito muito próprio e tradicional: uma missa no Hospital do Seridó em Caicó. Parabéns, Papa!
PARADA DE SUCESSOS – Creio que nem mesmo a governadora Wilma de Faria agüentaria, apesar de ter sido vencedora ao governo, a série de “sucessos” pós-eleição, envolvendo o nome do adversário Garibaldi Filho (PMDB). Em qualquer ponto do Estado, os wilmistas estão abusando de músicas, gravações de choro etc, achincalhando os adversários. Uma que faz muito sucesso é paródia do jingle “Volta Garibaldi”, transformada em “Chora Garibaldi”.
JUNTOS – Em conversas envolvendo os senadores Garibaldi Filho e José Agripino (PFL), além do deputado federal Henrique Alves, o pensamento comum é encontrar motivação para evitar dispersão das bases pós-eleição. Não é fácil. Eles sabem disso. Durante a própria campanha, por exemplo, a grande maioria dos prefeitos do PFL que “segue” a liderança de José Agripino, terminou apoiando Wilma de Faria. O candidato garibaldi Filho só ganhou eleições em pouco mais de 50 dos 167 municípios. E juntar bacurau e bicudos em 2008, nas eleições municipais, é tarefa mais ingrata do que a união na corrida estadual deste ano. Tarefa para um Hércules.
GERAIS
- A Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM) discute hoje às 18h em seu auditório, a implantação de novo vôo comercial no município.
- Hoje tem festival de Rock and Roll em Mossoró, no Oba Show. A principal atração é o longevo Biquíni Cavadão.
- Acesse este endereço e o indique a outros tantos amigos, para ajudar no tratamento de pessoas doentes, que precisam do nosso apoio: http://www.cancerdemama.com.br/.
- Obrigado pela leitura deste Blog a Édson Pinheiro (fiscal de tributos em Mossoró), economiário Telmo Pinheiro e advogado Rogério Edmundo (Areia Branca).
SÓ PRA CONTRARIAR
Contrariar para quê? A vida é bela. É muito para ser insignificante.
Este país tem jeito!
Olhando a configuração geopolítica do Brasil após as eleições, é possível enxergar um porvir. Um amanhã capaz de resgatar o discurso ufanista do “país do futuro”, mas o transformando em materialidade à maioria de sua gente.
A reeleição do presidente Lula não é exatamente essa luz, mas representa um sinalizador, de que estamos andando e aprendendo a andar, jogando e aprendendo a jogar. Com sua vitória e outros resultados, saltam diversas mensagens deixadas pelo povo nas urnas eletrônicas.
Alguns discursos exaltados pregam o caos e prevêem o apocalipse no pindorama brasilis, personificando Cassandra, a profetisa troiana da mitologia grega. Há um misto de ignorância, má-fé e ausência de espírito público na retórica dos incendiários.
Não é o fim. Não tenho essa crença. Não se trata de otimismo ou delírio.
Enxergo adiante, com base na avaliação da conjuntura e de um passado que precisa ser continuadamente estudado. Sem um volver instigante, uma viagem à própria gênese nacional, é impossível o entendimento do presente e a grande viagem ao futuro. A história, a sociologia, a política, a psicologia social e a antropologia podem nos ajudar nessa busca.
Temos uma história oficial de 506 anos, quase nada na régua do tempo, se comparada a uma civilização chinesa (coisa de 8 mil anos) e outras milenares. Nesse período, pouco nos foi dado de oportunidade para efetivamente ir e vir, pensar e agir. Do Brasil Colônia à era Lula, tivemos dois intervalos em ambientes de Estado Democrático de Direito, coisa aí de pouco mais de 42 anos. Uma ninharia, que significa menos de 10% desse enredo historiográfico.
Quando muitos falam de ética e moral, considerando que o brasileiro parecer ter ignorado esses valores abstratos, cito Maranhão e Bahia. No primeiro, a oligarquia peçonhenta dos Sarneys caiu, mesmo com Lula apoiando Roseana Sarney ao governo. Na Bahia, o “coronel” Antônio Carlos Magalhães não resistiu à mudança à esquerda.
Que autoridade essa elite quatrocentona, espoliadora, expropriadora, patrimonialista, oligárquica e cleptocrata possui para exaltar a honra e a decência? Esses, em verdade, não são bens atávicos, que a ancestralidade lhe ofertou geneticamente. A calamitosa distribuição de renda neste país é a prova cruel de que Aushewitz é aqui. Produto engendrado, maquinado e operacionalizado por essa malta engravatada e perfumada.
Se insistires na crença de que nosso povo não detém consciência, retruco-o novamente.
A massa pobre, que decidiu campanhas e ignorou a inteligência nacional, os formadores de opinião aboletados em salas com clima suíço, não desdenhou a probidade. Entretanto, fomentada pelo Bolsa-família, alertou que não está mais a fim de acatar passivamente as ordens vindas da casa grande. Quer sua parte do bolo das riquezas nacionais.
O povo, de essência boa, não abriu mão do juízo quanto às regras de conduta. Contudo, o princípio do direito à vida menos degradante e famélica, foi escalado em ponto mais alto. Não se desenha uma nova batalha entre capital e trabalho e, sim, o confronto entre o Brasil do atraso e a nação do amanhã.
PRIMEIRA PÁGINA
FÁCIL – A governadora Wilma de Faria (PSB) iniciou o seu primeiro mandato em 2003, ao governo estadual, com minoria na Assembléia Legislativa. O resultado que saiu das urnas no primeiro turno deste ano, para a sua segunda gestão estadual, mostrou equilíbrio numérico. Mas articulações que tiveram início ainda em meio à festa da vitória, no domingo, devem resultar em outra vantagem governista. As tentações são muitas. O discurso é “falta de espaço” e de prestígio na oposição. Captei.
ANIVERSÁRIO – Quem aniversaria hoje é o deputado estadual caicoense Vivaldo Costa (PL). Apesar de não ter conseguido se reeleger, Vivaldo é nome certo na próxima composição da Assembléia Legislativa, visto que ficou na primeira suplência e um titular deverá ser convocado pelo governo Wilma, para compor secretariado, abrindo espaço ao seridoense. Vivaldo comemora aniversário de um jeito muito próprio e tradicional: uma missa no Hospital do Seridó em Caicó. Parabéns, Papa!
PARADA DE SUCESSOS – Creio que nem mesmo a governadora Wilma de Faria agüentaria, apesar de ter sido vencedora ao governo, a série de “sucessos” pós-eleição, envolvendo o nome do adversário Garibaldi Filho (PMDB). Em qualquer ponto do Estado, os wilmistas estão abusando de músicas, gravações de choro etc, achincalhando os adversários. Uma que faz muito sucesso é paródia do jingle “Volta Garibaldi”, transformada em “Chora Garibaldi”.
JUNTOS – Em conversas envolvendo os senadores Garibaldi Filho e José Agripino (PFL), além do deputado federal Henrique Alves, o pensamento comum é encontrar motivação para evitar dispersão das bases pós-eleição. Não é fácil. Eles sabem disso. Durante a própria campanha, por exemplo, a grande maioria dos prefeitos do PFL que “segue” a liderança de José Agripino, terminou apoiando Wilma de Faria. O candidato garibaldi Filho só ganhou eleições em pouco mais de 50 dos 167 municípios. E juntar bacurau e bicudos em 2008, nas eleições municipais, é tarefa mais ingrata do que a união na corrida estadual deste ano. Tarefa para um Hércules.
GERAIS
- A Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM) discute hoje às 18h em seu auditório, a implantação de novo vôo comercial no município.
- Hoje tem festival de Rock and Roll em Mossoró, no Oba Show. A principal atração é o longevo Biquíni Cavadão.
- Acesse este endereço e o indique a outros tantos amigos, para ajudar no tratamento de pessoas doentes, que precisam do nosso apoio: http://www.cancerdemama.com.br/.
- Obrigado pela leitura deste Blog a Édson Pinheiro (fiscal de tributos em Mossoró), economiário Telmo Pinheiro e advogado Rogério Edmundo (Areia Branca).
SÓ PRA CONTRARIAR
Contrariar para quê? A vida é bela. É muito para ser insignificante.
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