A língua-pátria mossoroense
A webleitora Ivana Linhares envia-nos e-mail interessante, que ganha destaque especial neste domingo.
A linguagem localista que ela suscita, é uma exaltação à cultura oral, às tradições multisseculares do nosso povo e à própria identidade dessa gente. Não se trata do bairrismo tolo. É sentimento telúrico à flor da pele. Nossa impressão digital.
Enquanto nas mais variadas civilizações isso representa a própria alma da raça, muitos se envergonham de ser mossoroense, potiguar e nordestino em face do uso de vocábulos como “mangar”, “chôco” e “vôte”. Pode, “bichin”?
Há, ainda, os que nos tornam objeto cômico, por comermos cachorro-quente com garfo e faca. Mas acham normal “gringo” circular com sandálias havaianas e meias até a “canela”.
O preconceito doentio, produz esse apartheid entre a riqueza cultural primitiva e o glamour de araque, de quem passa um tempo nos “steites” ou no Rio, para voltar “chiando” e se achando o tal. Comum entre os indigentes de espírito e mentecaptos.
Eu, particularmente, adoro Mossoró (de graça). Salve nossa língua-pátria!
Abaixo, exemplos de como falamos e somos autênticos. Se não gostar, pode “mangar” à vontade:
SÓ QUEM É MOSSOROENSE (POTIGUAR) ENTENDE...
A webleitora Ivana Linhares envia-nos e-mail interessante, que ganha destaque especial neste domingo.
A linguagem localista que ela suscita, é uma exaltação à cultura oral, às tradições multisseculares do nosso povo e à própria identidade dessa gente. Não se trata do bairrismo tolo. É sentimento telúrico à flor da pele. Nossa impressão digital.
Enquanto nas mais variadas civilizações isso representa a própria alma da raça, muitos se envergonham de ser mossoroense, potiguar e nordestino em face do uso de vocábulos como “mangar”, “chôco” e “vôte”. Pode, “bichin”?
Há, ainda, os que nos tornam objeto cômico, por comermos cachorro-quente com garfo e faca. Mas acham normal “gringo” circular com sandálias havaianas e meias até a “canela”.
O preconceito doentio, produz esse apartheid entre a riqueza cultural primitiva e o glamour de araque, de quem passa um tempo nos “steites” ou no Rio, para voltar “chiando” e se achando o tal. Comum entre os indigentes de espírito e mentecaptos.
Eu, particularmente, adoro Mossoró (de graça). Salve nossa língua-pátria!
Abaixo, exemplos de como falamos e somos autênticos. Se não gostar, pode “mangar” à vontade:
SÓ QUEM É MOSSOROENSE (POTIGUAR) ENTENDE...
- Gente alta é galalau;
- Botão de som é pitôco;
- Se é muito miúdo é pixototinho;
- Se for resto é cotôco;
- Tudo que é bom é massa;
- Tudo que é ruim é peba;
- Rir dos outros é mangar;
- Faltar aula é gazear;
- Quem é franzino (pequeno e magro) é xôxo;
- O Bobo se chama leso;
- E o medroso se chama frouxo;
- Tá com raiva é invocado;
- Vai sair, diz vou chegar;
- "Caba" (homem) sem dinheiro é liso;
- A moça nova é boyzinha;
- Pernilongo é muriçoca;
- Chicote se chama açoite;
- Quem entra sem licença emburaca;
- Sinal de espanto é "vôte";
- Tá de fogo, tá bicado;
- Quando tá folgado,tá folote ou afolozado;
- Quem tem sorte é cagado;
- Pedaço de pedra é xêxo;
- Quem não paga é xexêro;
- O mesquinho ou sovina é amarrado, muquirana, mão de Vaca, ou pirangueiro;
- Quem dá furo (não cumpre o prometido oucompromisso) é fulero;
- Sujeira de olho é remela;
- Gente insistente é pegajosa;
- Meleca se chama catota;
- Odor do suor é inhaca.
PS.: Quando um lugar tá chato, a gente diz que tá chôco!!!
2 comentários:
Usamos nossa linguagem porque ela é autentitica, não é copiada, é pura criatividade e espontaniedade de nosso povo, uma mostra de inteligencia cultural, que cria seus proprios metodos de linguagem
Carlos:
faltou o autor.
O texto é de Cleudo Freire, músico aqui de Natal.
abração,
Max Fonseca
Postar um comentário