O vexame do TS era
Ano passado, uma maltrapilha e paupérrima senhora negra, semi-analfabeta e moradora de favela na periferia da paulicéia desvairada, mofou cerca de 120 dias na cadeia. Crime “hediondo” que tinha cometido? O furto de produtos de um supermercado, com valores cumulativos pouco acima de R$ 2,50. Só em tribunal superior, em Brasília, é que despertaram para a dantesca situação da “perigosa” ladra, quando ela ganhou liberdade.
Enquanto isso, neste mirabolante ano de 2006, mês de junho, em 48 horas, entre a terça, 6, e ontem, 8, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) protagonizou uma das mais patéticas e ágeis intervenções de uma instância judicial do país. Depois de rosnar e colocar em polvorosa a classe política do Brasil, recrudescendo a verticalização eleitoral, numa votação por 6 x 1, o TSE revogou tudo que tinha aprovado 48 horas antes. O placar também é hilariante: 7 x 0.
Ninguém, de sã consciência, com conhecimento quanto ao funcionamento orgânico da justiça verde-amarela, poderia apostar nesse cavalo-de-pau jurídico.
Na quarta, 7, escrevíamos no topo desta coluna eletrônica que a invasão do congresso nacional por vândalos, travestidos de militantes de movimento social, não era para surpreender. Tratava-se do retrato da fragmentação das instituições brasileiras. O TSE com seu casa-separa corrobora com tudo que foi escrito. Consegue até mesmo superar em pequenez o executivo e legislativo nacionais, além de seus colegas de Supremo, onde habeas-corpus preventivo para patife engravatado é dado aos montes.
Fica tudo como estava antes. Vale a verticalização com o faz-de-conta da fidelidade de alianças como aconteceu em 2002. Quem não estiver junto na chapa majoritária presidencial, pode se meter em qualquer relacionamento nos estados.
O TSE, que era uma corte com relativa credibilidade na constelação de poderes superiores do país, assume papel de um ridículo atroz. Deixa a nação perplexa e consciente de que a justiça brasileira é cega e morosa seletivamente. As duas desqualificações só cabem em processos que não tenham embutidos em si uma densa carga de interesses poderosos.
É difícil os sete vetustos ministros do TSE se explicarem. Se bem que eles não devem se sentir obrigados a tal postura, haja vista que não precisam prestar contas a ninguém. Só ao próprio nariz. Justificar o entra-e-sai, sobe-e-desce, vai-e-vem, não é possível. Qualquer versão vira sofisma.
Se a primeira decisão foi precipitada, antes de parecer humildade a sua revogação nessa quinta, o ato indica o colegiado como incapaz de lidar com matéria que deveria dominar. Mas se o caso é inverso, sendo resultado de pressão externa, é da mesma forma lamentável. Não chegamos ao fim do poço. Estamos no subsolo do fundo do poço.
PRIMEIRA PÁGINA
EXEMPLO – Depois do vexame que o TSE se meteu ontem, é fichinha a pantomima da Justiça Desportiva do RN, no caso do título ganho pelo Baraúnas em campo, mas levado novamente a reafirmá-lo – ou não - nos próximos dias, outra vez jogando bola. Como escrevemos acima e há dois dias, a crise não é setorial. Há uma metástase nutrida pela falta de pudor e institucionalização da impunidade.
NO RÁDIO – O médico Leonardo da Vinci Nogueira, marido da prefeita Fafá Rosado, está dilatando consideravelmente sua imagem como pré candidato a deputado estadual, através do rádio. Há anos ele tem participação em programação matutina e diária na radiofonia mossoroense, tratando de questões da saúde. Ele tem enveredado também no leque temático a assuntos de ordem afetivo-espiritual, que vêm conseguindo boa receptividade, fermentando sua postulação.
ASSASSINATO – Relator da CPI dos Bingos, o senador Garibaldi Filho colocou em seu trabalho final concluído esta semana, um dado que passa praticamente despercebido pela imprensa do RN, mais interessada em campanha eleitoral, verticalização etc. O assassinato do ex-prefeito de Santo André, o petista Celson Daniel, é apontado como provável queima de arquivo. Teria sido um crime político. Garibaldi tratou do assunto em entrevista a Líllian Witte Fibe, falando ao TV UOL na quinta, 8, que acompanhamos em tempo real.
NA PASSARELA – O Mossoró Cidade Junina é uma passarela nesse final de semana para circulação de políticos. A ex-prefeita Rosalba Ciarlini traz a tiracolo o senador Garibaldi Filho, a prefeita Fafá Rosado abre camarote para presenças suprapartidárias e a governadora Wilma de Faria também se mostra por aqui.
PESQUISA – Mais uma pesquisa deve ser divulgada nos próximos dias. Um trabalho dessa espécie é aguardado com expectativa no município de Assu, área de abrangência da sondagem. Mas outras foram registradas, com abrangência estadual, focando a disputa para o governo e Senado.
GERAIS
- Em meio a cidade junina e uma sexta-feira à boca das férias, a Faculdade Mater Christi promove palestra com o advogado Paulo Lopo Saraiva em seu auditório, a partir das 19h. Ele fala sobre Constituição e Mídia, um tema realmente bastante interessante.
- O início da Copa do Mundo hoje deve deixar o país atordoado por bastante tempo. Uma beleza para a nossa elite dirigente, às voltas com mil patifarias.
- A propósito do tema futebol, que coisa mais patética a vídeo-conferência do presidente Lula com o treinador Parreira e o restante do grupo da seleção brasileira de futebol. Até nisso Lula copia seus antecessores, de Garrastazu Médici a FHC, enroscado com a fama da canarinha e misturando política com futebol. Papo cabeça. De bagre.
- No início da manhã desta sexta, a Polícia Rodoviária encontrou um corpo às margens da BR-304, já município de Mossoró, quilômetro 81. Presume-se que seja de um rapaz conhecido por Messinho, natural de Lajes. Ele teria dado apoio logístico à quadrilha que assaltou – e terminou presa em seguida – o Banco do Brasil em Lajes há poucos dias.
SÓ PRA CONTRARIAR
Em tempo de Copa do Mundo, pode ser dito que o TSE não quis ficar por fora e também “amarelou”.
Ano passado, uma maltrapilha e paupérrima senhora negra, semi-analfabeta e moradora de favela na periferia da paulicéia desvairada, mofou cerca de 120 dias na cadeia. Crime “hediondo” que tinha cometido? O furto de produtos de um supermercado, com valores cumulativos pouco acima de R$ 2,50. Só em tribunal superior, em Brasília, é que despertaram para a dantesca situação da “perigosa” ladra, quando ela ganhou liberdade.
Enquanto isso, neste mirabolante ano de 2006, mês de junho, em 48 horas, entre a terça, 6, e ontem, 8, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) protagonizou uma das mais patéticas e ágeis intervenções de uma instância judicial do país. Depois de rosnar e colocar em polvorosa a classe política do Brasil, recrudescendo a verticalização eleitoral, numa votação por 6 x 1, o TSE revogou tudo que tinha aprovado 48 horas antes. O placar também é hilariante: 7 x 0.
Ninguém, de sã consciência, com conhecimento quanto ao funcionamento orgânico da justiça verde-amarela, poderia apostar nesse cavalo-de-pau jurídico.
Na quarta, 7, escrevíamos no topo desta coluna eletrônica que a invasão do congresso nacional por vândalos, travestidos de militantes de movimento social, não era para surpreender. Tratava-se do retrato da fragmentação das instituições brasileiras. O TSE com seu casa-separa corrobora com tudo que foi escrito. Consegue até mesmo superar em pequenez o executivo e legislativo nacionais, além de seus colegas de Supremo, onde habeas-corpus preventivo para patife engravatado é dado aos montes.
Fica tudo como estava antes. Vale a verticalização com o faz-de-conta da fidelidade de alianças como aconteceu em 2002. Quem não estiver junto na chapa majoritária presidencial, pode se meter em qualquer relacionamento nos estados.
O TSE, que era uma corte com relativa credibilidade na constelação de poderes superiores do país, assume papel de um ridículo atroz. Deixa a nação perplexa e consciente de que a justiça brasileira é cega e morosa seletivamente. As duas desqualificações só cabem em processos que não tenham embutidos em si uma densa carga de interesses poderosos.
É difícil os sete vetustos ministros do TSE se explicarem. Se bem que eles não devem se sentir obrigados a tal postura, haja vista que não precisam prestar contas a ninguém. Só ao próprio nariz. Justificar o entra-e-sai, sobe-e-desce, vai-e-vem, não é possível. Qualquer versão vira sofisma.
Se a primeira decisão foi precipitada, antes de parecer humildade a sua revogação nessa quinta, o ato indica o colegiado como incapaz de lidar com matéria que deveria dominar. Mas se o caso é inverso, sendo resultado de pressão externa, é da mesma forma lamentável. Não chegamos ao fim do poço. Estamos no subsolo do fundo do poço.
PRIMEIRA PÁGINA
EXEMPLO – Depois do vexame que o TSE se meteu ontem, é fichinha a pantomima da Justiça Desportiva do RN, no caso do título ganho pelo Baraúnas em campo, mas levado novamente a reafirmá-lo – ou não - nos próximos dias, outra vez jogando bola. Como escrevemos acima e há dois dias, a crise não é setorial. Há uma metástase nutrida pela falta de pudor e institucionalização da impunidade.
NO RÁDIO – O médico Leonardo da Vinci Nogueira, marido da prefeita Fafá Rosado, está dilatando consideravelmente sua imagem como pré candidato a deputado estadual, através do rádio. Há anos ele tem participação em programação matutina e diária na radiofonia mossoroense, tratando de questões da saúde. Ele tem enveredado também no leque temático a assuntos de ordem afetivo-espiritual, que vêm conseguindo boa receptividade, fermentando sua postulação.
ASSASSINATO – Relator da CPI dos Bingos, o senador Garibaldi Filho colocou em seu trabalho final concluído esta semana, um dado que passa praticamente despercebido pela imprensa do RN, mais interessada em campanha eleitoral, verticalização etc. O assassinato do ex-prefeito de Santo André, o petista Celson Daniel, é apontado como provável queima de arquivo. Teria sido um crime político. Garibaldi tratou do assunto em entrevista a Líllian Witte Fibe, falando ao TV UOL na quinta, 8, que acompanhamos em tempo real.
NA PASSARELA – O Mossoró Cidade Junina é uma passarela nesse final de semana para circulação de políticos. A ex-prefeita Rosalba Ciarlini traz a tiracolo o senador Garibaldi Filho, a prefeita Fafá Rosado abre camarote para presenças suprapartidárias e a governadora Wilma de Faria também se mostra por aqui.
PESQUISA – Mais uma pesquisa deve ser divulgada nos próximos dias. Um trabalho dessa espécie é aguardado com expectativa no município de Assu, área de abrangência da sondagem. Mas outras foram registradas, com abrangência estadual, focando a disputa para o governo e Senado.
GERAIS
- Em meio a cidade junina e uma sexta-feira à boca das férias, a Faculdade Mater Christi promove palestra com o advogado Paulo Lopo Saraiva em seu auditório, a partir das 19h. Ele fala sobre Constituição e Mídia, um tema realmente bastante interessante.
- O início da Copa do Mundo hoje deve deixar o país atordoado por bastante tempo. Uma beleza para a nossa elite dirigente, às voltas com mil patifarias.
- A propósito do tema futebol, que coisa mais patética a vídeo-conferência do presidente Lula com o treinador Parreira e o restante do grupo da seleção brasileira de futebol. Até nisso Lula copia seus antecessores, de Garrastazu Médici a FHC, enroscado com a fama da canarinha e misturando política com futebol. Papo cabeça. De bagre.
- No início da manhã desta sexta, a Polícia Rodoviária encontrou um corpo às margens da BR-304, já município de Mossoró, quilômetro 81. Presume-se que seja de um rapaz conhecido por Messinho, natural de Lajes. Ele teria dado apoio logístico à quadrilha que assaltou – e terminou presa em seguida – o Banco do Brasil em Lajes há poucos dias.
SÓ PRA CONTRARIAR
Em tempo de Copa do Mundo, pode ser dito que o TSE não quis ficar por fora e também “amarelou”.
Um comentário:
Caro jornalista Carlos Santos,um abraço
Obrigada por estar incluida na lista da Coluna do Herzong. Estou no Maranhão e tenho me mantido informada lendo esta coluna.
Parabens!
obrigada
Abraço
Ivonete Soares
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