Sob o signo do medo
Em seu depoimento ao programa Roda Viva da TV Cultura há poucos dias, o ex-deputado petebista pelo Rio, Roberto Jefferson, foi enfático ao tratar do que se denomina como “caixa dois”. Em sua opinião, essa ferramenta de uso comum na política brasileira, tão antiga quanto o próprio voto, continuará sendo usada.
Não é de se estranhar uma afirmação desse porte de Jefferson, notório advogado no Rio de Janeiro, ex-deputado federal de longo curso – cassado no escândalo do “mensalão” – e tido como culto e inteligente. Não existem muitas vozes contestando o ex-deputado. O próprio presidente Lula no preâmbulo do mensalão afirmava em entrevista na França, que tudo “era normal”, ou seja, “todo mundo faz”.
É difícil realmente acreditar que algumas pequenas medidas da Justiça Eleitoral, um redobrar de atenção de organismos fiscalizadores e o próprio alarde histérico de setores da imprensa, consigam barrar o caixa dois. Como tantos outros flagelos morais deste país, a utilização de recursos indevidos para campanhas políticas tem como grande estímulo a impunidade. Sempre ela.
Para Jefferson, conhecedor profundo do tema, “haverá uma sofisticação” dos métodos.
Em se tratando de mais uma campanha, como a que se avizinha, em meio ainda ao clima de denúncias e denuncismo, quase ninguém escapa das atribulações do ambiente. Todos estão sob o signo do medo. Um vacilo, por menor que seja, poderá determinar a inelegibilidade ou a perda de mandato conquistado nas urnas.
Não faltarão alcagüetes de plantão, fiscalizações de parte a parte entre blocos concorrentes e o próprio olho – às vezes atento – da imprensa e da lei. O risco pode ser maior do que em tempos passados. Porém, pelos últimos acontecimentos das CPI’s em Brasília, parece não ser demais afirmar que vale a pena transgredir.
PRIMEIRA PÁGINA
ALUÍZIO – O ex-ministro Aluízio Alves é lembrado hoje em duas oportunidades em Natal. Às 16h em sessão especial da Câmara de Vereadores e às 19h, na Igreja do Sagrado Coração de Maria, Morro Branco, à rua Antônio Basílio. São trinta dias de morte do líder
WILMA – A governadora Wilma de Faria vai se mostrar pela primeira vez em Mossoró, após o anúncio na sexta-feira passada de sua chapa majoritária completa ao governo e Senado. Ela estará sexta na cidade cumprindo programação administrativa, com direito à circulação nos camarotes do Cidade Junina.
ASSEMBLÉIA – A Assembléia Legislativa vai se instalar amanhã em Currais Novos. O evento faz parte da programação tocada pelo presidente da casa, Robinson Faria, que tem instalado esse poder em municípios distintos do RN.
BANDO – A Procuradoria da República, no pedido de exemplar condenação a 40 nomes envolvidos no escândalo do mensalão, se refere a esse grupo, que vai do ex-ministro José Dirceu ao carequinha Marcos Valério, de bandidos. Textualmente é escrito que se trata de “uma sofisticada organização criminosa.”
BRADESCO – Funcionários do Bradesco em Mossoró conversam internamente e já se reuniram com executivos locais do banco, atestando o temor de grandes dificuldades para atendimento a mais de 4 mil servidores da Prefeitura de Mossoró. O contrato firmado pelo governo Fafá Rosado com o campeão mundial de lucros financeiros, Bradesco, é realmente uma temeridade. Entre os funcionários da municipalidade, a preocupação não é menor. Torçamos para que todos os raciocínios sensatos em relação ao caso estejam errados. A democracia participativa, que tanto se fala, foi para o espaço. A mudança está eivada de questionamentos.
LADO A LADO – Adversários, o ex-prefeito José Maria Medeiros e o atual Ronaldo Soares, de Assu, ladearam lideranças como Garibaldi Filho (PMDB) e Rosalba Ciarlini (PFL) em Assu no sábado. Logo que ambas foram embora, os dois voltaram ao normal: ferrenhos contendores. Quando a campanha chegar vai ser interessante essa convivência entre contrários.
REMÉDIO – Pefelistas e tucanos estão revoltados, porque o governo Lula está apostando no clientelismo como o Bolsa Família, para bombar candidatura à reeleição. A queixa procede. Especialistas na utilização desses expedientes, pefelistas e tucanos sabem como é devastador em meio à pobreza, o uso da miséria para vitaminar campanhas eleitorais. Quem com ferro fere...
DEFESA – O ex-deputado federal Laíre Rosado, atual secretário da Agricultura do Estado, acionou o conceituado advogado Armando Holanda para trabalhar em sua defesa na denúncia de envolvimento na “Máfia dos Sanguessugas”. Ele está incluído na lista dos onze ex-parlamentares que estariam participando desse foco de drenagem de recursos públicos. O quadro é delicado, Laíre sabe disso. Daí a medida urgente.
CONVENÇÃO – Será no dia 29 deste mês a convenção do governismo estadual, para formalizar a candidatura à reeleição de Wilma de Faria. Será durante todo o dia no Palácio dos Esportes, no bairro de Petrópolis.
GERAIS
- Mesmo para quem gosta de futebol e se fixa na seleção brasileira de futebol, não está dando para agüentar a overdose da cobertura jornalística. A Rede Globo tirou do plug o restante do noticiário, como se nada mais existisse. Além de ser abjeta a mitificação do próprio selecionado.
- Aleluia! A polícia numa operação tocada pelo seu setor de “inteligência” conseguiu prender ontem quatro pessoas envolvidas em roubo de luminárias do Aeroporto Dix-sept Rosado. Um trabalho de invejar a Scotland Yard, Interpol ou FBI. Pelo menos por enquanto, já se pode pensar em pousos e decolagens noturnos em Mossoró de aeronaves, em vez de urubus e outras penosas.
- Pela enésima vez está em gestação projeto para se revitalizar a Rádio Libertadora em Mossoró. Do esporte ao jornalismo. Torcemos para que dessa vez avancem as boas idéias e boas intenções.
- O Clube do Vaqueiro, em Jucurutu, reúne os amantes da vaquejada e do forró entre 9 e 11 deste mês.
- No Colégio Contemporâneo em Natal, o Grêmio Estudantil está resgatando debate político, procurando caminhos para discussão sobre movimento na capital. Os protestos com interdição até de trechos de rodovias é muito questionado.
- Estudantes do curso de Comunicação da Uern resolveram levar adiante paralisação em protesto contra a precariedade do ensino na instituição. Fazem peregrinação neste dia à cata de apoio ao movimento.
SÓ PRA CONTRARIAR
Com os últimos acontecimentos exumados da crônica política, não é exagero que vejamos o período como de forte concorrência às quadrilhas juninas.
Em seu depoimento ao programa Roda Viva da TV Cultura há poucos dias, o ex-deputado petebista pelo Rio, Roberto Jefferson, foi enfático ao tratar do que se denomina como “caixa dois”. Em sua opinião, essa ferramenta de uso comum na política brasileira, tão antiga quanto o próprio voto, continuará sendo usada.
Não é de se estranhar uma afirmação desse porte de Jefferson, notório advogado no Rio de Janeiro, ex-deputado federal de longo curso – cassado no escândalo do “mensalão” – e tido como culto e inteligente. Não existem muitas vozes contestando o ex-deputado. O próprio presidente Lula no preâmbulo do mensalão afirmava em entrevista na França, que tudo “era normal”, ou seja, “todo mundo faz”.
É difícil realmente acreditar que algumas pequenas medidas da Justiça Eleitoral, um redobrar de atenção de organismos fiscalizadores e o próprio alarde histérico de setores da imprensa, consigam barrar o caixa dois. Como tantos outros flagelos morais deste país, a utilização de recursos indevidos para campanhas políticas tem como grande estímulo a impunidade. Sempre ela.
Para Jefferson, conhecedor profundo do tema, “haverá uma sofisticação” dos métodos.
Em se tratando de mais uma campanha, como a que se avizinha, em meio ainda ao clima de denúncias e denuncismo, quase ninguém escapa das atribulações do ambiente. Todos estão sob o signo do medo. Um vacilo, por menor que seja, poderá determinar a inelegibilidade ou a perda de mandato conquistado nas urnas.
Não faltarão alcagüetes de plantão, fiscalizações de parte a parte entre blocos concorrentes e o próprio olho – às vezes atento – da imprensa e da lei. O risco pode ser maior do que em tempos passados. Porém, pelos últimos acontecimentos das CPI’s em Brasília, parece não ser demais afirmar que vale a pena transgredir.
PRIMEIRA PÁGINA
ALUÍZIO – O ex-ministro Aluízio Alves é lembrado hoje em duas oportunidades em Natal. Às 16h em sessão especial da Câmara de Vereadores e às 19h, na Igreja do Sagrado Coração de Maria, Morro Branco, à rua Antônio Basílio. São trinta dias de morte do líder
WILMA – A governadora Wilma de Faria vai se mostrar pela primeira vez em Mossoró, após o anúncio na sexta-feira passada de sua chapa majoritária completa ao governo e Senado. Ela estará sexta na cidade cumprindo programação administrativa, com direito à circulação nos camarotes do Cidade Junina.
ASSEMBLÉIA – A Assembléia Legislativa vai se instalar amanhã em Currais Novos. O evento faz parte da programação tocada pelo presidente da casa, Robinson Faria, que tem instalado esse poder em municípios distintos do RN.
BANDO – A Procuradoria da República, no pedido de exemplar condenação a 40 nomes envolvidos no escândalo do mensalão, se refere a esse grupo, que vai do ex-ministro José Dirceu ao carequinha Marcos Valério, de bandidos. Textualmente é escrito que se trata de “uma sofisticada organização criminosa.”
BRADESCO – Funcionários do Bradesco em Mossoró conversam internamente e já se reuniram com executivos locais do banco, atestando o temor de grandes dificuldades para atendimento a mais de 4 mil servidores da Prefeitura de Mossoró. O contrato firmado pelo governo Fafá Rosado com o campeão mundial de lucros financeiros, Bradesco, é realmente uma temeridade. Entre os funcionários da municipalidade, a preocupação não é menor. Torçamos para que todos os raciocínios sensatos em relação ao caso estejam errados. A democracia participativa, que tanto se fala, foi para o espaço. A mudança está eivada de questionamentos.
LADO A LADO – Adversários, o ex-prefeito José Maria Medeiros e o atual Ronaldo Soares, de Assu, ladearam lideranças como Garibaldi Filho (PMDB) e Rosalba Ciarlini (PFL) em Assu no sábado. Logo que ambas foram embora, os dois voltaram ao normal: ferrenhos contendores. Quando a campanha chegar vai ser interessante essa convivência entre contrários.
REMÉDIO – Pefelistas e tucanos estão revoltados, porque o governo Lula está apostando no clientelismo como o Bolsa Família, para bombar candidatura à reeleição. A queixa procede. Especialistas na utilização desses expedientes, pefelistas e tucanos sabem como é devastador em meio à pobreza, o uso da miséria para vitaminar campanhas eleitorais. Quem com ferro fere...
DEFESA – O ex-deputado federal Laíre Rosado, atual secretário da Agricultura do Estado, acionou o conceituado advogado Armando Holanda para trabalhar em sua defesa na denúncia de envolvimento na “Máfia dos Sanguessugas”. Ele está incluído na lista dos onze ex-parlamentares que estariam participando desse foco de drenagem de recursos públicos. O quadro é delicado, Laíre sabe disso. Daí a medida urgente.
CONVENÇÃO – Será no dia 29 deste mês a convenção do governismo estadual, para formalizar a candidatura à reeleição de Wilma de Faria. Será durante todo o dia no Palácio dos Esportes, no bairro de Petrópolis.
GERAIS
- Mesmo para quem gosta de futebol e se fixa na seleção brasileira de futebol, não está dando para agüentar a overdose da cobertura jornalística. A Rede Globo tirou do plug o restante do noticiário, como se nada mais existisse. Além de ser abjeta a mitificação do próprio selecionado.
- Aleluia! A polícia numa operação tocada pelo seu setor de “inteligência” conseguiu prender ontem quatro pessoas envolvidas em roubo de luminárias do Aeroporto Dix-sept Rosado. Um trabalho de invejar a Scotland Yard, Interpol ou FBI. Pelo menos por enquanto, já se pode pensar em pousos e decolagens noturnos em Mossoró de aeronaves, em vez de urubus e outras penosas.
- Pela enésima vez está em gestação projeto para se revitalizar a Rádio Libertadora em Mossoró. Do esporte ao jornalismo. Torcemos para que dessa vez avancem as boas idéias e boas intenções.
- O Clube do Vaqueiro, em Jucurutu, reúne os amantes da vaquejada e do forró entre 9 e 11 deste mês.
- No Colégio Contemporâneo em Natal, o Grêmio Estudantil está resgatando debate político, procurando caminhos para discussão sobre movimento na capital. Os protestos com interdição até de trechos de rodovias é muito questionado.
- Estudantes do curso de Comunicação da Uern resolveram levar adiante paralisação em protesto contra a precariedade do ensino na instituição. Fazem peregrinação neste dia à cata de apoio ao movimento.
SÓ PRA CONTRARIAR
Com os últimos acontecimentos exumados da crônica política, não é exagero que vejamos o período como de forte concorrência às quadrilhas juninas.
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